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A felicidade é uma amiga apressada
que nos visita raramente.
Demora a voltar, é verdade,
mas eis que bate na porta,
abre o nosso sorriso
e logo se vai.
Lembrar uma visita tão inesperada
às vezes dói, serenamente.
Crava seu afiado punhal
entre as omoplatas,
rasga as costelas
e chega ao coração.
Atrás dos meus óculos estava eu
quando a felicidade me visitou
na quentíssima tarde rubinense.
Foram testemunhas dois violões.
Do outro lado do espelho,
atrás dos seus bigodes,
Toninho me ensinava os acordes
de um tempo que nunca passará.
Comentários
Rubim, só Rubim, à doce sombra da Cangalha, revela coisas que criam brilhos atrás dos óculos na fervente tarde daqueles rincões! É um tempo que devassa.
Ou não, repassa. Trespassa.
Ao som de violões!