Sumidouro

Publicado por Wesley Pioest 10 de maio de 2016

sumidouro


Por onde passo
terra arrasada
e sobre ela
indiferentes
vão os sonâmbulos
ao cadafalso

com eles ando
anos e anos
sempre ao relento
malta insalubre
sem para onde
nem para quê

pois nenhum vale
coisa nenhuma
gente a mancheias
cumprindo a sina
de tão somente
se desmembrar

mudam os nomes
os corpos mudam
mas essa fila
é sempre a mesma
almas penadas
ao entardecer

seguindo o cetro
vão noite adentro
em carne e ossos
branda manada
que vive e morre
para servir

caem aos magotes
e se amontoam
pelo caminho
que não havia
giram esse mundo
sem discernir.

Comentários
  • Antonio Ângelo 3149 dias atrás

    E a manada segue em frente, hein Wesley! Para o matadouro? Para o sacrificío sem glória, inútil?
    Quem ficará para contar o fim?

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