Revendo essa minha agenda
Percebo, feliz e fagueiro,
Que ainda tenho amigos
Para o que der e vier.
E não é pequena a tropa.
Um deles manda um correio
Em que recomenda (ordena?):
Toque o trombone, meu velho,
Mostre ao mundo o seu veneno.
Mas não sei tocar trombone.
Quando me lembro deles
Amigos da vida inteira
O meu rosto se ilumina
Sorrio de orelha a orelha.
Sorriso silencioso
Típico dos Almeida.
Aos amigos do peito
Distribuo o meu veneno
Em formato de bilhete
Um mês sim, outro também.
É como dizer bom dia
Ou sapecar um abraço
Por motivo de encontrar
Algo de si em alguém.
Tomado em perspectiva
Espelho da minha tribo
Desejo a todos bom ano
Como quem diz: paz e bem.
Comentários
Prezado Wesley, não lhe mando correio, mas sim e-mail. Amigo do peito? Quem sabe sim, o bilhete tendo o privilégio de receber em forma de poesia [sem veneno, é bom que se diga]. Independente de qualquer coisa: Amigo. E tudo mais é paz e bem.
Que bom auspicio a volta deste poeta com o Ano Novo, sempre fui sua leitora e adoro os malabarismos que faz com licença de Camões.