Meninos mostram a língua:
abaixo a autoridade.
Chutam lata, cospem na mão
para bater continência:
saudade de ser menino.
E porque não os rapazes?
Furtam os supermercados
e saem em bando, correndo.
Acordam, vão à escola,
tiram risadas do bolso.
As moças não ficam atrás:
baforadas no banheiro
e jogos perigosíssimos:
abaixo a ordem e a desordem,
um pouco mais de desdém.
Saudade da juventude.
Não dar a mão pra ninguém.
Sair sem rumo, absorto
em busca de parcerias
até a revolução
de nada, coisa nenhuma,
de nada além de si mesmo,
de nada mais que este mundo.
Mudando só por mudar
nada mais que o mundo inteiro
pelo prazer de mudar.