O homem magro e comprido
Fez da palavra uma brisa.
Como quem diz: volto logo
Vou mergulhar no infinito.
Escuta, então, essa brisa
E cerra os olhos, e lembra.
O homem magro e comprido
De alma clara e mistério
Está de volta ao seu reino
E veio nos visitar.
Como quem diz eu nasci
Em São Pedro das Canoas
Magro feito uma árvore
Brotei em chão improvável.
O homem magro e comprido
Rebelde, barba, olho verde.
Fez da palavra uma brisa
Como quem diz: não me curvo.
Protege, então, essa brisa
E guarda como um tesouro.
O homem comprido e magro
De mil e um personagens
Estende a mão aos amigos
Desamparado de dor.
Como quem sofre o destino
De ver o próprio reflexo
E nele fragmentado
Seu poema incompreensível.
para José Machado
Comentários
Prezado Juba, o quadro ilustrativo tem por tema “Don Quixote e Sancho Pança” e você pode encontrá-lo e ter mais informações na internet.
Linda a poesia! Acho que conheço o autor…
Só um toque pros editores: gostei muito da pintura que a poesia, mas não tem referência do pintor. Não deveria conter?