ao novo ano peço muito encarecidamente
que me devolva intacto e ausente
o mundo que perdi: onde me caibo
do frágil mundo que há perdido sob a alma
os anos idos e por ele devorados
vão retornar: são permanentes
para servir de pasto e de repasto ao novo ano
pois desde o dia deste ontem sempre
só há passado: não há presente
por isso deixo ao novo ano que ora é gestado
o tempo velho de que sou escravo
de volta a mim: e sigo em frente