o sol traça uma exata parábola
pelo céu azul mais azul
daquela pequena cidade
que os olhos esquecem jamais
.
passa dezembro, chega março
a chuva caindo, a garoa
a saudade aperta o peito
com a sua mão cheia de dedos
.
mas e o tal amigo? virou luz
e aquele outro? enlouqueceu
aquela confraria? gato comeu
.
a vida passou, não há remédio
seu curso é trotar, indiferente
e tudo mudará, agora, sempre
Comentários
Muda não, Wesley.
Ciclos e mais ciclos, e, passa dezembro, chega março, a Mãe Natureza segue sua metódica rotina, sua monótona missão.
Mas a poesia – bem o demonstra – não deixa de a cartorialmente catalogar.
Para que não vivamos no olvido. Ou em catarses infantis.