A agonia dos bárbaros

Publicado por Wesley Pioest 12 de janeiro de 2012

Vê o dia mais escuro: logo caem gotas

a dizer palavras insensatas.

O que fomos não importa: aí está a chuva

molhando a terra infértil deste tempo

em que os dias serão de medo e de dor.

Outra estrada aberta não nos leva além

da imensa fome que devora a alma.

Há um rio para afogar toda fraqueza

(o imenso Hades traduz noites eternas).

 

Se os deuses convidam, vamos em bando

mas para onde vamos nunca saberemos:

nem sempre há um depois por esperar.

O que nos move a multidão é a fúria doce

das manadas enfrentando precipícios:

a dizer até que enfim, pois tudo acaba

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