a inocência me atiçou para a rua
pegou-me pelas mãos e juntos corremos
o arpejo dos trovões anunciava chuva
gotas cristalinas começaram a cair
umedecendo os verdes plantios.
Estrelas banhadas a cor de prata
fugiam adentro da noite cálida
elas têm medo de perder brilhos!
Não havia nenhuma marquise,
decidi ligeiramente correr
para debaixo da imensa lua
que nascia inclinada sobre mim
senti-me muito rejeitado
ela não me protegia da chuva!
Sei que a lua não vaza água
e sobre esse céu permeável
o vento passeava na madrugada
e de pequenas e distantes órbitas
o sol vinha para iluminar a terra
e inclinou sobre a minha cabeça
perguntei-me onde está a lua
que desapareceu do nada?
Será que as gotas empoçaram
suas fundas e enormes crateras?
E junto aos ardentes raios solares
a venerosa lua branca se derreteu?
Para saber se era verdade,
sentei no topo da serra
e esperei o fim do dia
olhei tudo em minha volta
o sol já estava de partida
nas pegadas da aurora!
Pequenas estrelas nasciam
não vi nenhum sinal da lua
fiquei alegre aquela noite
será que tomei banho de lua?