“Não tenho mais o que fazer, o jeito é apelar para o Viagra”, disse Benedito, suando em bicas, depois da quinta tentativa de fazer amor com Elisângela, sua nova mulher.
Depois que deixara sua esposa com quem ficara casado por mais de trinta anos, Dito, como era conhecido, não se cabia de felicidade com sua nova mulher. Pelo menos publicamente falando, é claro. Aos sábados, adorava sair de braços dados com Elisângela passeando pelas ruas de Paratiba. Entrava em lojas, fazia questão de apresentá-la aos amigos, cumprimentava conhecidos, acenava aos desconhecidos até. Exibia Elisângela como se exibe um troféu.
“Oi. Conhece? Essa é Elisângela, a minha jovem nova mulher”, frisava. Depois completava orgulhoso: “46 anos mais nova do que eu! Ao lado dela, me sinto um menino, não é benzinho?”
Ela sorria meio sem graça, dava-lhe um beijo na bochecha magra e enrugada, ele enchia o peito de satisfação, puxava conversa, depois saía feliz da vida, já fizera o seu marketing pessoal, afinal foi para isso que se unira a uma mulher mais nova do que ele.
Funcionário público federal aposentado, depois que deixara o serviço público o casamento entrou em crise, ele largou a esposa em Brasília e se mudou para Paratiba, onde conhecera Elisângela, uma menina de pouco mais de dezessete anos. Os pais dela, de olho na fortuna de Benedito, não se opuseram ao namoro, muito pelo contrário, até incentivaram a filha.
“Case, minha filha. O Dito é um homem muito bom”, disse a sua mãe ao saber do namoro.
O pai de Elisângela, quinze anos mais novo do que Benedito, era cheio de cerimônia, um tal de senhor para aqui, senhor para acolá. Ria quando era para sorrir, ficava sério quando o assunto pedia certa sisudez. Não deu outra, em menos de dois meses de namoro, numa manhã de domingo, quando os pais de sua jovem namorada voltavam da igreja, ele aproveitou o momento e falou, peremptório:
“Vim buscar Elisângela para viver comigo, se vocês não se opuserem, é claro. E prometo que, tão logo o meu processo de separação esteja concluído, levo essa princesa para o altar: me caso com ela com toda a pompa e circunstância, véu, grinalda, lua de mel em Buenos Aires e tudo o mais.”
“É isso mesmo o que você quer, minha filha?”, perguntou Osias, seu pai.
“Claro que é, papai”, respondeu a menina, o sorriso estampado no rosto, já antevendo a vida boa que levaria a partir daquele dia, morando na imensa casa que Benedito construíra no Jardim do Imperador, novo bairro de luxo da cidade. Depois, saltitando de alegria, disse: “Vou preparar a mala.”
“Não precisa levar nada. O seu guarda-roupa já está cheio. Vida nova, roupas novas”, concluiu sorrindo.
Naquele mesmo dia, mal chegaram a casa, ela pediu: “posso ligar convidando umas amigas para vir conhecer nossa casa, benzinho? Elas vão morrer de inveja quando me virem nesta casa linda e essa piscina enorme.”
“Pode chamar. Você agora é uma rainha”, assentiu. Depois propôs: “vou aproveitar e convidar uns amigos meus também. Quero que você bote aquele biquíni novo que comprei em Brasília. Vamos buscar seus pais. Faremos uma festinha em comemoração. Quero que todos vejam minha nova mulher.” E assim aconteceu.
Quando a noite chegou e todos os convidados foram embora, o casal se recolheu.
A luz da lua cheia se intrometia entre as cortinas balançadas pela brisa fresca. Elisângela tirou o biquíni, vestiu a mais sensual lingerie que encontrou e caiu nos braços de Benedito. Cansado, depois de tomar cerveja o dia inteiro, Dito não escondia o seu cansaço da jovem mulher cheia de excitação, que espalhava seu cheiro de fêmea no cio por todo o quarto.
“Venha, meu txutxucão, sou toda sua a noite inteira”, disse Elisângela, agora molhada por dentro.
(CONTINUA…)
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