Dia do amigo ou da amizade – parte 2

Publicado por Sebastião Verly 21 de julho de 2024

Dia do amigo ou da amizade – parte 2

Às vezes, as amizades nos levavam a empregos, empreendimentos, cultos religiosos, a ações comunitárias e, por outro lado, às vezes, compartilhávamos festas, farras e toda espécie de momentos de prazeres e alegrias.

Conversávamos, praticamente, todos os dias para contar as novidades, trocar experiências, dizer em detalhes sobre um evento – festa ou show – um curso ou o trabalho, sobre professores, novas amizades, músicas, livros, filmes, ídolos e projetos para o futuro. Quando nos encontrávamos, nos fins de semana, o tempo passava rápido para tanto assunto. Podíamos caminhar lado a lado em silêncio, em casos especiais. Ou falávamos sem parar em momentos de euforia de êxitos pessoais. Sempre reciprocamente leais.

Enviávamos e recebíamos cartas de próprio punho que, aos poucos, rarearam. Os telefonemas diminuíram e os encontros também. As ligações foram trocadas por e-mails esparsos.

Passamos a nos ver, encontrar ou falar quase só em eventos periódicos como nos aniversários, no Natal, Páscoa ou em eventos esporádicos como casamentos, em ocasiões fúnebres. A desculpa sempre a mesma como em “Sinal fechado” de Chico Buarque: “Pois é, quanto tempo! Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios! Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem! Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí! Pra semana, prometo, talvez, nos vejamos… Quem sabe? – Quanto tempo! Pois é… Quanto tempo! Tanta coisa que eu tinha a dizer …

Afastamos por força do destino. Mudávamos para um lado e as pessoas de nossas amizades partiam para outros. Encontrar era e é uma esperança que não acaba nunca. Sonhamos que este dia chegará, mesmo quando todas as condições assegurem nos manter distantes.

A amizade é uma relação bastante complexa. Fazemos amizades com pessoas da maior diversidade, divertimos bastante e nos damos muito bem ao lado de gente tão diferente, e constatamos que, na essência, somos muito parecidos.

Ainda que, diariamente distantes, as pessoas amigas estão de forma perceptível até em nossas atitudes. Estão implícitas em nossa personalidade. Há um ditado popular que diz: “Diz-me com quem tu andas e eu te direi quem tu és”. Somos o que somos pelas nossas amizades. É em pessoas amigas que nos vemos e confirmamos que temos valores e virtudes bem semelhantes.

Aos trancos e barrancos, nossa amizade sobrevive.

Na maturidade, dizem que a gente fica mais sensível e sentimental. Emocionamo-nos sempre cada vez que falamos de amizades. Diminuíram as pessoas amigas, mas em contrapartida as que ainda existem são excelentes. Além da nostalgia criada na memória, gostamos de recordar as amizades de infância e daquelas que jurávamos para toda a vida. Parece que as pessoas amigas estão aqui conosco. Para as pessoas idosas, uma das melhores coisas a que nos dá prazer e alegria é receber a visita de uma pessoa amiga de outros tempos e com ela relembrar bons momentos antigos. Sempre nos lembramos de fatos e melhores acontecimentos daqueles tempos bons e alegres. Nestas recordações, tudo retorna com a mesma força e mesmos gestos de carinho e afeição como se fossem hoje.

É preciso dar valor a quem nos trouxe amor, afeto, carinho e apoio nas mais desafiadoras situações quando suas palavras amigas levantaram nosso ânimo, coragem e força para continuar gostando da vida.

Elas são poucas e valem por um milhão ou mais.

Essas pessoas a quem amamos tanto, mantêm-nos acessíveis em seus meios de comunicação, telefone, e-mails, whatsup e até nas redes sociais.

Há momentos que só contamos com essas pessoas que consideramos maravilhosas. Amigos e amigas estão lado a lado qualquer que seja o cenário. Há situações que só elas têm disposição, fraternidade e força interior para nos ajudar a encontrar as melhores saídas e soluções. Em muitas circunstâncias delicadas, como nas enfermidades e mal-estar, só elas permanecem física e emocionalmente ali do lado. Só a essas pessoas fantásticas temos coragem de solicitar favores e até dinheiro emprestado e elas compreensivas nos atendem sem exigir justificativas. Aprendemos a amar as pessoas amigas até porque a fraternidade que nos une eleva-as à categoria familiar mais próxima. Irmão ou irmãs. E outra vez, Roberto Carlos: “Você, meu amigo de fé, meu irmão camarada”..,

Para comunicar com uma pessoa amiga meia palavra basta. Ou um simples olhar, sorriso ou cara séria diz tudo. E o bom é que ela aceita nossas afirmações e explicações, mesmo quando são disparatadas ou exageradas.

Muitas pessoas já participaram de Amigo secreto, Amigo Oculto, amigo X, ou Amigo invisível aquela brincadeira entre colegas em festas de Natal e fim de ano.

Citamos a Bíblia:“ A relação de Jesus com seus discípulos era especial. Ele não os via apenas como seguidores, nem como funcionários cuja única função era pregar o evangelho e obter resultados. Jesus valorizava a amizade que tinha com seus discípulos (João 15:15).”

Os ditados populares oferecem diferentes interpretações dos amigos: “Amigos, amigos, negócios a parte”; “Amigos são como aves de arribação. Se faz bons tempos eles vêm, se faz maus tempos eles vão”; “Mais vale um amigo na praça, do que o dinheiro em caixa”

O humorista e cartunista Péricles criou o personagem amigo da onça uma pessoa cafajeste, debochada e irônica. O personagem tornou-se extremamente popular, e o termo espalhou-se para todo o Brasil. Chamar outra pessoa de amigo da onça é considerado uma ofensa. Ou… Pode ser também uma brincadeira entre amigos, uma forma de descontrair e chamar o outro com esse apelido.

Usa-se também “amigo urso” com, mais ou menos o mesmo sentido.

E mais uma versão de amizade é o Amigo secreto, Amigo Oculto, amigo X, ou Amigo invisível uma brincadeira entre colegas em festas de Natal e fim de ano.

As boas amizades nos estimulam a gostar ainda mais da nossa vida. E vivemos mais, com saúde, bem-estar, prazeres e alegrias.

Pessoas maravilhosas mesmo na presença da ausência. Recordar é viver.

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