Uma brincadeira interessante era o chicotinho queimado em que se escondia um objeto e todos tinham que procurá-lo até achar. E o escondedor ia dando dicas pra cada um, “Fulano frio”, “Beltrano morno” ou “quente” à medida que a pessoa estivesse mais próxima do objeto.
Para ambientes internos, uma boa brincadeira era de passar anel. Formava-se um circulo e uma pessoa com um anel ou algo que o simulasse passava dentro das mãos dos participantes e numa delas deixava o anel. Sem que ninguém soubesse começa a perguntar com que está o anel. Quem não acertava pagava uma prenda simples: cantar uma música por exemplo. Quem acertava conquistava o direito de passar o anel.
E ainda para o ambiente interno, o telefone sem fio que consistia em passar uma mensagem ao ouvido até chegar na última pessoa que deveria dizer a mensagem que lhe chegou. Geralmente bastante truncada.
O jogo de birosca ou tampinha é praticamente universal como mostra o filme “A Hora do Diabo” em que um jogador adulto depois de falta de sorte nos jogos de baralho, tenta uma jogada junto às crianças na rua e perde. Joga-se a tampinha ou semente de birosca em direção do muro e o que ficar mais próximo ganha. O prêmio é geralmente a tampinha ou birosca do outro. Ganha quem juntar mais tampinhas ou biroscas.
Estátua, ainda hoje também se brinca, é uma brincadeira mais calma. O dirigente fica na frente e comanda: “Estátua” todos ficam paralisados até que o comando autorize.
Soltar papagaio ou pipa, em algumas regiões tinham ainda o nome de arraia, cometa, pandorga é uma brincadeira atual que envolve os adultos e é bastante conhecida.
Cata-vento ou papa-vento em algumas regiões: imitação dos aparelhos meteorológicos destinados a determinar a velocidade e direção dos ventos. Geralmente feito de papelão ou cartolina e presos numa madeira ou estaca de bambu com uma bolinha de cera de abelha na ponta.
Uma brincadeira em que uma criança já letrada fazia o papel de professora era muito animada e ela imitava bem a professora de sua escola.
Para as meninas e meninos pular maré, hoje amarelinha, era bem divertido. Essa brincadeira tão tradicional entre as crianças brasileiras também é chamada de maré, sapata, avião, academia, macaca. A amarelinha tradicional é desenhada no chão com giz e tem o formato de uma cruz, com um semicírculo em uma das pontas, onde está a palavra céu, lua ou cabeça. Depois vem a casa do inferno (ou pescoço) e a área de descanso, chamada de braços (ou asas), onde é permitido equilibrar-se sobre os dois pés. Por último, a área do corpo (ou quadrado).
As meninas, em duplas ou mais, jogavam as Seis Marias que eram pedras especiais ou semente de uma determinada árvore que se jogava e apanhava ao mesmo tempo para desenvolver a percepção e a perspicácia.
Ainda para as meninas, um jogo tranquilo em que se usava bolas para jogar na parede e pegá-la o que incluía diversas posições e quem errava passava a vez para a outra pessoa.
Vale registrar que muitas brincadeiras eram bastante locais e mesmo regionais e outras foram surgindo de adaptações e inovações. Um exemplo é a “queimada” que surgiu com o tempo e o uso das bolas especialmente pelas meninas.
A conclusão é que brincadeiras e brinquedos sempre existiram e suas variações se ampliam cada vez mais pelas condições específicas e pela criatividade de crianças e adultos.
Vamos brincar mais e brigar menos.
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Gostaria de saber o autor desta ilustração, por favor.