Em setembro de 1984, a Fundação Educacional e Cultural Metropolitana, que hoje tenho a responsabilidade de presidir, organizou e coordenou um encontro no Bairro Lindéia, que fica em BH, bem na divisa com Contagem e Ibirité, com cerca de 70 representantes de associações comunitárias da chamada “Região Industrial”.
O eixo principal dos debates foi Educação e principalmente EDUCAÇÃO E TRABALHO. Durante dois dias, foram debatidos nos grupos de discussão os seguintes temas: “Que tipo de educação interessa aos trabalhadores da Região?”, “Quais os principais problemas existentes na educação e que propostas e alternativas queremos construir?”, “Qual a política do Estado em relação à educação profissionalizante?”, “Quais as nossas propostas de educação e trabalho para a Região?”. A conversa foi rica e proveitosa. Propôs–se a formação de Conselho de Entidades aberto à participação da comunidade que deveria dar continuidade às discussões e encaminhar as propostas. Como tarefas imediatas ficaram: a elaboração de um boletim comunitário com a síntese dos debates do Encontro e a formação de uma comissão para levar em frente a negociação pela vinda de uma unidade da UTRAMIG (Universidade do Trabalho) para a Região industrial, na qual se previa a formação de um Conselho Gestor com ampla participação de representantes dos trabalhadores e da comunidade.
Interessante observar que passados 26 anos, relendo o “Boletim Comunitário” publicado em dezembro de 1984, há portanto 26 anos, observamos a atualidade das questões ali debatidas. O contexto é diferente e nestes últimos anos sabemos que o mundo do trabalho viveu muitas transformações. Entretanto, a necessidade de um maior investimento público em iniciativas voltadas para a formação e inserção da população no mundo do trabalho é ainda uma prioridade.
Neste mesmo boletim também foram divulgadas informações sobre a luta e o movimento de melhorias do transporte coletivo. A atualidade deste debate e movimento dispensa palavras. A Região Metropolitana de BH vive hoje um quadro caótico e as questões do transporte e trânsito demandam uma urgente mobilização da sociedade.
Revisitando a história da nossa Fundação e consciente da dinamicidade e das mudanças, proponho que estes dois focos sejam pautados como prioridades em nossas ações. E desafio os nossos colaboradores e editores a iniciarmos através do portalmetro uma conversa e um debate sobre estes dois temas.