O grande embuste – parte II

Publicado por Lucio Carlos Ferraz 7 de agosto de 2020

O grande embuste – parte II

Nestes tempos de treva,
Dissemina-se incontida,
A milícia que entranha.

A milícia é um câncer
Ou um tipo de máfia.
Esta estrutura pavorosa,
Pela violência ou malícia,
Assassina quem resiste,
E o que sobra, torna escrava.

Esta fera do achaque
Que aterroriza e mata,
Na periferia explora,
A extorsão e chantagem,
Fazendo desta prática,
Uma banalidade diária.

Engendrado pela fúria,
O próprio ódio encarnado,
Ardilosamente se esconde,
Em outro lugar e posto,
Ou dentro do grande Palácio.

Neste lugar que brilha,
Pulsa o vírus da mentira,
É da verdade seu duplo,
Uma espécie de embuçado.

A verdade deslocada,
Fica logo transvestida,
E na troca dos sentidos,
Torna-se uma nova mentira.

É no mundo simulado
Que os robôs do crime,
Multiplicando o falso,
Torna o povo perdido.

Neste jogo do embuste,
O ser simples se aliena,
E alheia a essência,
Fica penalizada a forma.

Liberdade ou tirania,
Com o sinal trocado,
Fica a liberdade perdida,
Faz-se do jugo, a escolha.

No coração do homem,
Vive o monstro da mentira,
Em um combate sem trégua
E quem decide quem vence,
Na grande arena do tempo,
É o ser que nele mora.

Quem domina esta tralha,
Que só vê o que convém,
Desvia os olhos da sarjeta,
Constrói uma grande mureta,
E com habilidade e astúcia
Sempre se safa muito bem.

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