Eu me pergunto: é isto a arte de viver?
É um tal indiferente, lento procrastinar
Antes que a última neve apague os amanhãs
Em ofertórios e impossíveis súplicas?
Mas e se um poema faz algo novo acontecer
Ou se o silêncio vem depois tudo afastar
Antes que os versos sucumbam ao leviatã
E não permitam ao menos uma réplica.
Alguém que cante vai tocar nos corações
As teclas que levam as pessoas a mudar
E é nesse momento que a vida faz sentido
Eu digo: enquanto sonhar for bonito
Tudo aquilo que tiver que ser, será
Na medida exata que existam as emoções
E a voz ao pó voltará