Na antevéspera de seu fim
Vou vestir-me de negro
Ninguém entenderá porque
Visitarei alguma igreja
E rezarei o que consigo
Ave-Marias e Padres Nossos
Caminharei nas alamedas
Irei à casa e ao quintal
Onde a sua presença se fez contínua
E se estenderam os liames
Que sustentaram o que nos conteve
O que fez nossa essência
Quando então o dia chegar –
Que seja um dia de clemência –
Todos estranharão meus olhos secos
Não saberão que antes
Esgotei em duas noites insones
Todo o veio de minhas lágrimas