que ela esteja no ponto
e suba os degraus do coletivo
junto às fracas luzes dos postes
mal consegue espantar a escuridão
no rosto ainda marcas do sono
precocemente interrompido
ela procura se equilibrar com dificuldade
na passarela instável
abre a bolsa
entrega-lhe as moedas
levemente se roçam
num quase imperceptível toque
não sem antes o premiar
com um olhar, um breve sorriso
onde reclina a cabeça
tentando um derradeiro cochilo
manda-lhe um tchau da calçada
seguindo rumo ao trabalho
já a manhã tornando explícita
a crua realidade da cidade
o cobrador agora sabendo:
entre os muitos passageiros
nenhum será tão aguardado
quanto a sonolenta garota do subúrbio