Já não quero olhar para trás
Da estrada que percorri
Trago as poesias que me escolheram
As cicatrizes que se abriram
As tralhas que adquiri
E um apetite voraz
Sozinho parti e sozinho chego
Mas não me perguntem por onde andei
Juntando poemas que nunca escrevo
Formando um poeta que jamais serei
Mas volto sereno
Pois sobrevivi à neblina
Ao olhar que recrimina
Ao gosto do veneno
E de volta me encontro
À casa que me acolheu
Na volta quase impossível
De um livro que se escreveu.