Comentário dos leitores – 2ª quinzena Julho 2014

Publicado por Editor 4 de agosto de 2014

Antonio Flores em “Mulheres insaciáveis”

Muito bom !
Responde à vários anseios e dúvidas de muitas pessoas,quanto ao comportamento e atitudes das mulheres em relação aos homens,com os quais se relacionam. Na verdade é uma grande competição pelo poder dominar !
Parabéns,Dr.Carlos Bittencourt Almeida.

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Gislaine em “Hemingway em BH”

Oi Angelo,
Trabalhar no Edifício Maleta te deixou inspirado.

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Marcos Apolinário Santana em “Hemingway em BH”

Hemingway em BH é mais uma saga urbana, mesmo que atípica,com a presença do velho lobo do mar no Maleta, na maravilhosa obra desse rapaz chamado Antônio Ângelo.

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Jéssica em “Saudades da BH de outrora”

Oi Consuelo! Eu queria saber se havia alguém próximo ao meu avô, porque minha tia foi adotada naquela época e hoje ela tem muita vontade de conhecer sua mãe, só que nós não temos quase nenhuma informação. Mas nós não queremos incomodar e nem trazer problemas pra ninguém. Muito obrigada pela informação!

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ligia em “Na Era do Rádio”

O meu pai comenta que umas das frases de Júlio Lousada era” a vida é uma passagem rápida pela terra”.

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Marcos Apolinário Santana em “Fuga”

Esses ventos de agosto, e outros ventos, como os do mestre Aníbal Machado, contam histórias e as gramíneas continuam vagando nos caminhos…
Parabéns e esperamos o lançamento do seu livro.

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Gislaine em “A moça da lanchonete”

Oi Angelo,
Muito prazeiroso ler o que voce escreve. E tudo vira conto, vira poesia,vira vida.

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verly em “Ariano Suassuna, viver e sonhar”

Você é bamba no assunto hein Milton. Abraços

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HAROLDO BARBOSA em “Saudades da BH de outrora”

Boas lembranças, Sr Elias Aun (Foto Elias)Meu primeiro emprego 5-5-1955, na rua rio de janeiro 430,e depois rua tupinambás, 526,trabalhei na casa Guanabara de 1967 até o final, quem lembra do bazar Novo Mundo, Av. Parana com Tamoios, na copa do mundo de 1958 quando o Brasil foi campeão, teve que fechar antes, pois o estoque de foguetes acabaram, Sobrado dos Calçados, Afonso Pena 333 , grande abraço , Haroldo

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Jéssica em resposta a HAROLDO BARBOSA

Oi Haroldo, estou procurando informações sobre o passado do meu avô e gostaria de saber se você conhece alguém que trabalhou na casa guanabara no período de 1964? Obrigada, Jéssica!

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Consuelo Lobo em resposta a Jéssica

Verly, Boa tarde!
Adorei este texto. Até hoje na minha casa encontro coisas desta época, como o fogão era da minha mãe tem a marca Bemoreira- Orsini; tem um cabide com etiquêta do Mundo Colegial com todos os selos e preço. Meu pai conheceu minha mãe na padaria Boschi que era do meu tio e eles trabalhavam lá.
Queria que vc comunicasse com a Jéssica ( que escreveu no dia 28/07/2014) que eu tenho um Tio que era gerente da Guanabara. Se ela quizer comunico com ele e pergunto se ele quer este contato; desde que seja para recompôr histórias e não problemas.
Um abraço Consuelo Lobo

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Natanael Rodrigues em “Cidade Administrativa: servidores apreensivos “

Por tanto tempo se louvou o arquiteto Oscar Niemeyer e e suas obras. Obras mirabolantes, caras, difíceis de serem construídas, perigosas, e que é pior, de pouca funcionalidade.
Projetista de monumentos, por tanto tão admiradas.
Aponte uma obra de Oscar Niemeyer que seja funcional.
Sou engenheiro e não tenho admiração pelas obras projetadas por este senhor.
Agora não pode mais.

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Sérgio Mudado em “Hemingway em BH”

Este vai para a minha pasta de tesouros.

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Vasco Campos Torquato em “A abençoada romã”

Caro Danilo,
Há dois anos atras tive câncer de próstata e a minha opção foi fazer Braquiterapia com infiltração de iodo radioativo. Tenho estado bem e os exames de PSA tem mantido baixo, nao tão baixo como era esperado. Nao tenho a técnica de mentalização que comenta na matéria, mas acredito neste processo. Recentemente vi um pé de Roma em minha casa e pensei: o que fazer com estes frutos?
Agora vem a minha pergunta: na sua opinião ainda e tempo de começar usar a Roma? A grande informação foi ver o pé de Roma e ler a sua matéria. O universo comunica. Obrigado.
Vasco

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Danilo Vilela Prado, autor, em resposta a Vasco Campos Torquato

Prezado Vasco,

Fiquei impressionado com o seu relato, principalmente a forma como a “coincidência” aconteceu.

Na verdade, coincidências não existem. O que existe no universo é a sincronia, a conexão de pensamentos inconscientes entre as pessoas. Por isso, é comum acontecer algo bom em momentos especiais de nossas vidas.

Já ouvi inúmeros comentários de pessoas em situações difíceis, que receberam no momento aflitivo um incentivo, uma ajuda inesperada ou, então, encontram de forma inédita a solução de seus problemas. Essas pessoas normalmente produzem fenômenos inconscientes de autopreservação. Dessa forma, atraem para si a solução que desejam.

Quando esperamos o melhor, teremos o melhor. Da mesma maneira, se esperarmos pelo pior, o pior acontecerá. É preciso praticar a autopreservação, que é construída a partir da visão positiva do mundo. Assim, todo o “universo conspira a nosso favor”.

Você tem no seu quintal um tesouro sob a forma de romã. Cultive a planta com carinho e use as frutas para recuperar definitivamente a saúde.

A romã produz testosterona e, se o seu médico não tiver restrições, tome o suco diariamente, como sugiro no texto do Portalmetro. Graças à romã, depois do tratamento recuperei quase 1% da massa muscular perdida com os fortes medicamentos usados no combate ao câncer. Creio que foi a testosterona que recompôs a minha musculatura, além de outros benefícios.

Para saber mais sobre a relação da romã e os benefícios para a próstata, sugiro consultar os links, principalmente o primeiro a seguir:
1. http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/12/101213_roma_suco_cancer_fn.shtml;
2. http://www2.uol.com.br/vyaestelar/fruta_roma.htm;
3. http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/aposte-na-roma/299/

Um forte abraço,

Danilo

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Camila Lopes em “Homens Perigosos”

Olá, me identifiquei um pouco com cada história contada. Namoro há um ano com um homem extremamente ciumento. No começo da relação, ele tinha o comportamento relativamente normal, mas, sempre se dizia muito apaixonado, ligava muito. Com o tempo, esses comportamentos foram se agravando. Ele me afastou de vários amigos, chegou a falar com alguns sem minha permissão, afastou várias pessoas de mim. Sou uma mulher bastante independente, e isso o deixa enfurecido. Em nossa primeira discussão séria, ele começou a me chamar de vagabunda, miserável, terminei o relacionamento, após essas ofensas. Mas, veio com dramas e chantagem emocional, falando que não iria mais ocorrer. Certo dia, ele viu mensagens de um ex paquera (mensagens antigas), o conheci muito antes dele, e não tinha nada a ver mais com minha vida. Nesse dia, ele ficou transtornado, nós brigamos, e nesse dia, o enfrentei, bati de frente, ele começou a fazer tortura psicológica em mim, dizendo que não sabia do que seria capaz naquela situação, que eu iria pagar o que ele estava passando, nesse dia, ele me agrediu fisicamente, depois me forçou a ter relações sexuais, e começou a passar mal, me arrastou para ir ao hospital com ele, saiu em disparada no carro, fazendo manobras arriscadas e me denegrindo todo o tempo, isso se agravou quando eu falei que dessa vez seria o fim de tudo, e ele começou com ameaças, e eu percebi que seria melhor eu fingir que estava tudo bem, até me ver longe dele. Quando eu estava na casa dos meus pais, terminei a relação, como da outra vez, ele veio atrás, e como eu o amava muito, acabei voltando. Por um tempo ele tratou bem. Mas, bastavam coisas simples para ele ficar transtornado, como uma ligação de um amigo, uma curtida em uma foto do facebook, ele começou a entrar nas minhas redes sociais a força, sem minha permissão, caso eu não quisesse passar a senha, ele começava a me ameaçar, dizendo que eu só sairia com vida do quarto dele, após ele vasculhar minhas redes sociais. Muitas vezes eu o enfrentei, e ele me agredia tanto fisicamente, quanto mentalmente. Terminei por diversas vezes, porém, ele ligava para minha casa, para meu trabalho, por mais que eu desligasse meu celular, o bloqueasse do facebook, ele sempre dava um jeito de aparecer. Começou a dizer que iria se matar por diversas vezes. Chegou a se mostrar na web cam cortando um dos pulsos, quando vi isso, acabei voltando uma das vezes. Certa vez, ele viu uma carta que tinha feito para um ex namorado, ele ficou feito um louco, passei uma semana trancada com ele sob ameaças, tive que inventar várias coisas para minha família, e ele disse que caso eu falasse com a família dele, sobre o que ele estava fazendo comigo, iria me matar. Fiquei sofrendo durante esse tempo, até que tive oportunidade de falar com a tia dele, e ela me disse que agisse com calma, que sabia o que eu estava passando, por ser casada com um homem muito ciumento também. Ele mora com a tia, o esposo dela, a prima e a avó, e o quarto dele, fica nos fundos da casa. Nesse dia, ela me aconselhou, falou que eu era muito jovem, bonita e educada e que aquilo não seria futuro pra mim. A própria tia dele me passou esse conselho. Essa semana que passei lá foi de terror. A avó dele, no decorrer dessa semana, percebeu que ele estava me prendendo e me agredindo, começou a passar mal, e vi a morte naquele dia. Fiquei sem enfrentar ele, e tentei o deixar calmo. Quando ele percebeu que teria que me deixar ir embora, porque minha família já estava desconfiando, ele me deixou ir. Chegando à casa dos meus pais, terminei a relação, durante três meses ele me perseguiu, falou que iria matar minha família, que iria me matar e iria matar quem se aproximasse de mim. Até que, com o passar do tempo, ele começou com chantagens, falando que iria se matar, até que certo dia, ele ligou se despedindo, falando que iria se matar naquele dia pediu desculpas e disse que se arrependia de tudo. Depois de muita conversa, acabei voltando novamente. Quando voltamos, parecia tudo perfeitamente bem, até que o tempo as coisas ficaram pior que antes. Tudo que acontecia de errado na vida dele, ele falava que era minha culpa. Ele tinha problemas como dores no peito, problemas intestinais, e ele falava que tudo aquilo era culpa minha e que eu iria pagar tudo de ruim que eu fazia, DETALHE, eu não fazia nada. Ele ficava irritado com minha felicidade, e se sentia feliz quando me via sofrer e chorar. A paixão louca que eu sentia por ele, me fazia não ter forças pra terminar mais a relação, me sentia dependente dele totalmente. Várias vezes fui forçada a sair de carro com ele dirigindo feito um louco, gerava brigas no transito, ameaça as pessoas e falava que aquilo era culpa minha. Vi a morte várias vezes andando tanto de carro como de moto também com ele. Ele tratava muito mal a avó dele também. Comecei a perceber que ele era um homem completamente covarde. Falava que eu o traia que eu não podia ver homem, falava que eu era vagabunda. Isso eu sendo totalmente fiel, ele criava histórias. Comecei a pedir que ele fizesse tratamento, mas ele nunca fez. Ele é um homem caseiro, não sai, não bebe e não fica com outras mulheres, porém, ele é uma pessoa que precisa de ajuda psiquiátrica. Ele é carinhoso, e fala que me ama sempre. Essas atitudes dele são por momento, como uma bipolaridade. Ele sempre tenta resolver tudo com sexo, e acha que ficou tudo bem depois. Atualmente, me vejo perdida. Ele foi meu primeiro namorado, foi com ele que perdi minha virgindade. Perdi minha vontade de viver por me sentir dependente dele. Passei a madrugada lendo todos os relatos, e cheguei à conclusão de que se eu continuar com ele irei ter uma vida infeliz. Sinto-me sem vida, feia e desiludida, já não durmo bem há meses, e estou sofrendo de ansiedade. Penso em procurar ajuda psicológica e falar com minha família. Os amigos se afastaram de mim por conta dele e minha família não sabe o que se passa. Tenho sorte em ter uma família estruturada que sei que irá me acolher e me ajudar a sair desse inferno que vivo atualmente. Quando olho para mim há um ano trás, vejo outra pessoa. Sinto-me um nada atualmente. E quando penso em não ter mais ele por perto, tenho palpitações e pânico. Hoje eu sei, ele não irá mudar, ele irá arruinar minha vida completamente caso eu não aja o mais rápido possível. Sinto-me depressiva e frustrada. Tudo teria sido mais fácil, se eu nunca tivesse voltado a primeira vez que terminei o relacionamento. Tenho que ter forças, eu tenho família, sou jovem, não dependo financeiramente dele e não tenho filhos com ele. Sei que ele jamais será um bom esposo ou pai. Esqueci de mencionar, que homens do tipo dele, procuram prender a mulher de qualquer forma, fala em casamento a todo o momento, e em ter filhos, pelo simples fato de ter um vinculo maior. Preciso ser forte e terminar esse relacionamento, antes que ele acabe com minha vida. A única força que tenho vem da minha família, quando penso nos meus pais, no sofrimento dos meus pais caso venha acontecer algo com minha vida. Eu era uma menina feliz e cheia de sonhos antes de conhecê-lo. Breve, contarei o desfecho dessa história a vocês. Abraços!

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Pensativo em “Homens Perigosos”

Carlos,
li as reclamações das mulheres em seu artigo Homens Perigosos.
Aproveito para colocar um drama masculino. Toda 6a feira eu saia de meu trabalho, onde sempre houve muita pressão e cobrança, e, quando me aproximava de casa, passava na porta dos butecos, que não faltam em BH onde moro, e via meus vizinhos em animadas conversas em volta de uma mesa com muita cerveja gelada. Eu tinha então uma grande vontade de tomar aquela cerveja gelada para comemorar o fim de mais uma semana de trabalho e a chegada do sábado, sem pressão e cobrança de trabalho. Mas como eu tinha esposa e filhos menores e também queria dedicar meu tempo livre a meus filhos eu pensava: porque eu não compro a cerveja e vou tomá-la em casa?
E decidia subir ao meu apartamento pegar os “cascos”, garrafas vazias, para trocá-las pelas cheias no buteco e ir tomar minha cervejinha junto da família.
Mas era só eu abrir a porta de casa que minha esposa, hoje ex, vinha pra cima de mim despejando milhares de problemas pequenos, médios e grandes, aí você já viu, a vontade de tomar a cerveja se ia, pois a sensação de alívio passava, eu posso te dizer que dava até vontade de voltar para o serviço e encarar os chefes de lá. Isso aqui não é gozação, nem provocação às muitas mulheres pensativas que leem esse artigo. Isso foi minha vida, até o momento que meus filhos já estavam criados e achei que devia sair de casa, hoje moro sozinho.
Aí vem a pergunta: faz parte da natureza feminina essas cobranças infinitas em cima de seus parceiros ou isso pode ser um karma de vidas passadas como alguém já me disse?

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Danilo Vilela Prado em “Superação de Um Câncer – parte 1”

Prezado Zildo,

Parabéns pela sua determinação em ficar curado e retomar o ritmo normal de vida. Você tem demonstrado para si e para as pessoas ao redor que tem garra para superar o grave problema. Dessa maneira, a sua mente irá consolidando o seu propósito de ter o controle sobre a própria vida.

Quem age da mesma maneira que você consegue transformações incríveis, pois somos quase invencíveis quando damos comandos otimistas e positivos ao nosso cérebro. Nossa mente acredita que somos poderosos e produz fenômenos bons e saudáveis por nosso corpo. Assim, é possível combater doenças e manter a saúde.

Parabéns pelo seu excelente exemplo.

Um forte abraço.

Danilo

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Carlos Bittencourt Almeida em “Homens Perigosos”

em resposta ao leitor ‘Pensativo’

Se buscamos um equivalente feminino ao perfil que descrevo no artigo “Homens Perigosos”, ele seria bem descrito nas palavras Mulheres Insaciáveis. Os homens tendem mais frequentemente a ameaças de violência, atos violentos. As mulheres, em geral, são mais sutis, mais indiretas. Visam ao mesmo fim, mas pressionam de modo diferente. Ambos os estilos querem resolver a dor interna que a grande maioria dos seres humanos carrega, a carência, o vazio, a percepção de que nos falta algo essencial para conseguirmos relaxar, nos sentirmos em paz, felizes. O impulso sexual afetivo que move as relações homem mulher é exatamente este anseio de completude, de felicidade, de prazer e alegria que iria nos saciar, acalmar.

Infelizmente é muito raro encontrar um relacionamento homem mulher de longa duração que tenha levado a esta harmonia, esta saciedade, paz e alegria. Para este tipo de relação humana ser bem sucedido ambos os parceiros precisam ter desenvolvido uma grande capacidade de autonomia, de independência interior. A capacidade de ser feliz sozinho, de encantar-se e alegrar-se com a vida, de entusiasmar-se de modo persistente e duradouro por atividades autônomas é o grande segredo da felicidade e consequentemente um pré-requisito para um relacionamento saudável entre homens e mulheres.

No impulso cego da carência responsabilizamos o outro pela nossa felicidade, vivemos na ilusão de que se o outro se dedicar a nós completamente, atender a todos os nossos desejos, alcançaremos a paz, seremos felizes. Deste impulso, desta ilusão, nasce o desejo de possuir o outro, nasce o ciúme insaciável, o desejo de sermos para ele a única alegria, a única felicidade. Tem pessoas que têm ciúme de qualquer atividade autônoma que o outro deseje e goste, como ler, pintar, dançar, esportes, cuidar de animais ou plantas, etc. Ou seja, além do ciúme da alegria que o outro possa encontrar em outras relações humanas com amigos e amigas, pais, irmãos, filhos, existe o ciúme de atividades solitárias.

A atitude que você descreve de tua ex-esposa, visa o mesmo fim. Há mulheres que querem que o homem seja o resolve-tudo, soluciona tudo, tenha receitas mágicas para retirar todos os sofrimentos e frustrações que a vida traz. É como se ela falasse: ‘Se você me amar de verdade vai resolver tudo para mim, vai me fazer feliz resolvendo todos os meus problemas do cotidiano, tendo uma ótima solução para todos eles.’ Missão impossível, naturalmente! A arte de bem viver é também solucionar problemas, mas frequentemente é saber lidar, com serenidade e sem perder a alegria de viver, com problemas que não tem solução, que estão fora de nossa capacidade de resolução. Doenças próprias ou alheias, a morte de seres queridos, injustiças da estrutura da sociedade, sofrimentos a nós causados por pessoas muito egoístas ou mal intencionadas, sofrimentos que vêm do fato de que pessoas de quem gostamos estão sofrendo ou tendo comportamentos doentios ou incorretos, tudo isto, em grande parte, está fora da capacidade de qualquer um de nós resolver de modo completo e definitivo.

A característica central de mulher que estabelece uma relação de longa duração com aqueles que chamei de Homens Perigosos é a submissão. Ela tem a ilusão de que se fizer tudo o que ele quer, ele vai reconhecer, vai amá-la de verdade e ela vai se sentir feliz, não vai ser abandonada nem se sentir só. Fracasso garantido! Estes homens são também insaciáveis, tudo que se der a eles é sempre pouco, querem mais, facilmente estão de novo mal humorados, exigindo novos sacrifícios e fazendo exigências absurdas.

O perfil feminino oposto é o da mulher exigente, que pode ser externamente brava, ou às vezes delicada e aparentemente mansa, mas sempre insatisfeita, sempre queixosa, sempre necessita novas provas de amor. ‘Se você me amar de verdade fará isto por mim.’ E tudo que se fizer é pouco, sempre falta algo, não ficou bom, podia ter sido melhor.

O grande ponto cego das Mulheres Insaciáveis e dos Homens Perigosos, dos homens e mulheres submissos que se vinculam a estes dois tipos, é a ilusão de que o outro me fará feliz, se ele me der tudo ou se eu der tudo a ele, a felicidade, a paz, vai viver em mim. A dura realidade, ao mesmo tempo a porta para a liberdade, é percebermos que 70% de nossa felicidade terá que vir de nós mesmos. Temos de consegui-la a sós, autonomamente. Temos que ser capazes de, a maior parte do tempo, encontrar alegria de viver por recursos próprios. Aí então a alegria de viver um grande amor pode ser possível. Se não faço exigências absurdas ao outro, posso me relacionar com ele saudavelmente. Posso ser grato ao que ele me dá, posso admirá-lo na sua autonomia e liberdade, pois sei o quanto e necessária para mim a minha autonomia e liberdade.

Termino com uma citação de Kalil Gibran, do livro ‘O Profeta’ no capítulo sobre o Matrimônio: ‘ Cantai e dançai juntos e sede alegres, mas deixai cada um de vós estar sozinho.’ ‘Vivei juntos, mas não vos aconchegueis demasiadamente, pois as colunas do templo erguem-se separadamente, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.’

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Sônia em “Comentários dos leitores – 1ª quinzena Junho 2014”

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Jornalista americano fala do 7 a 1
Matthew Futterman, jornalista do Wall Street Journal
“não compre a história de que esta perda vai deixar alguma cicatriz indelével em um país tentando desesperadamente prosperar em uma série de áreas que não têm nada a ver com futebol. Essa idéia é um pouco humilhante para os brasileiros, que são a coleção de almas mais acolhedoras com que eu me deparei”
Adivinhe o que aconteceu no Brasil na quarta-feira?
O sol apareceu. As pessoas foram para o trabalho. Elas dirigiram táxis, abriram supermercados, clicaram em seus computadores para tratar de assuntos jurídicos e financeiros. Médicos curaram os doentes. Assistentes sociais enfrentaram os problemas da grande pobreza neste país de cerca de 200 milhões. A vida continuou.
Adivinha o que não aconteceu? Cidades não queimaram. Rebeliões em massa não aconteceram. Tanto quanto sabemos, torcedores não se jogaram de edifícios porque sua amada Seleção foi destruída pela Alemanha, por 7-1, na semifinal da Copa.
À luz cruel do dia, ainda é estranho escrever “Alemanha 7, Brasil 1.” Esse tipo de resultado não acontece neste nível de futebol. O último jogo oficial que o Brasil perdeu em casa foi em 1975. Se eu fosse um nativo, estaria abalado, tentando descrever a debacle que aconteceu em Belo Horizonte.
Não se engane: a derrota para a Alemanha, para usar a frase favorita do técnico dos EUA, Jurgen Klinsmann, foi uma lástima. As pessoas aqui amam o futebol. O governo declara feriados nos dias de partidas da equipe nacional. Ruas vazias, e eu quero dizer vazias – como se você pudesse montar uma barraca no meio de uma delas e não acontecer nada.
Ainda assim, não compre a história de que esta perda vai deixar alguma cicatriz indelével em um país tentando desesperadamente prosperar em uma série de áreas que não têm nada a ver com futebol. Essa idéia é um pouco humilhante para os brasileiros, que são a coleção de almas mais acolhedoras com que eu me deparei.
Houve a mulher na loja de óculos aqui em São Paulo que se recusou a aceitar dinheiro pelo estojo de óculos que ela me deu depois que eu perdi o meu. Houve os estudantes universitários em Natal que me ofereceram um tour pela cidade e uma carona de volta para meu hotel no meio da noite, quando não havia transporte à vista após a vitória dos EUA sobre Gana.
Embrulhando o peixe
Lá estava o rabino que, 30 segundos depois de me conhecer, insistiu para que eu fosse jantar no sábado em sua casa (eu fui, e a sopa de matzo ball estava incrível). Houve as inúmeras almas pacientes comigo na rua, esperando enquanto eu tateava meu dicionário de bolso de português, procurando a palavra certa para completar uma pergunta idiota, quando certamente eles tinham algo melhor para fazer.
Estive aqui por um mês. Isso dificilmente me qualifica como um especialista na cultura brasileira. Minha amostragem é pequena e limitada a hotéis, restaurantes, estádios de futebol e pistas de corrida ao lado de praias do Rio, Natal, Recife e algumas outras cidades-sedes. Eu sei do crime e da pobreza.
Mas eu também sei que este é um país incrível, diverso. Encare quatro horas de voo rumo à Amazônia a partir de São Paulo e as pessoas parecem completamente diferentes daquelas em qualquer shopping do país. Em Salvador, você pode muito bem achar que está na África Ocidental. Em cada cidade, pessoas de todos os tons de pele — preto, marrom e branco — preenchem áreas de ricos e pobres. É um país de beleza física impressionante e vastos recursos naturais. O tráfego da hora do rush faz as avenidas de Los Angeles parecerem estradas do interior, um sinal claro de que o lugar precisa de alguns melhoramentos de infra-estrutura, mas também que há um grande número pessoas trabalhadoras que querem tornar o amanhã melhor do que hoje.
Em outras palavras, o Brasil é muito mais do que uma camisa canarinho e uma obsessão com o futebol.
O colapso contra a Alemanha certamente vai despertar algum exame de consciência nacional sobre como o Brasil cultiva e desenvolve a sua próxima geração de estrelas do futebol. O país tem um enorme banco de talentos, mas acidentes não podem mais acontecer no esporte. Vencer nesse nível hoje significa não apenas talento, mas dinheiro, treinamento e uma estratégia coerente.
“Quando você pensa sobre isso”, disse uma brasileira de 20 e poucos em um bar na noite passada, “é meio engraçado. Quer dizer, sete gols. É engraçado, né?”
Eu vou apostar que o Brasil como um todo vai se sair muito bem depois disso. Chateado um pouco, claro, mas em última análise, tudo vai dar certo. De muitas maneiras, já deu.

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Sônia em “Comentários dos leitores – 1ª quinzena Junho 2014”

Aproveito para indicar mais este interessante artigo aos leitores do metro

A roupa nova do rei Fifa
Por Astrid Prange, Deutsche Welle

A situação se inverteu: não é mais o Brasil, mas a Fifa que precisa ouvir sérias acusações, opina a jornalista Astrid Prange, da redação brasileira da DW. E a lista é longa.

O rei está nu. A polícia brasileira tornou possível o impossível: ela desnudou a entidade máxima do futebol mundial. Pouco antes do ponto alto da Copa do Mundo no Brasil, a final no Maracanã, a Fifa não está mais no alto do pódio, mas sentada no banco dos réus.
Até pouco tempo atrás, o banco dos réus estava reservado ao país anfitrião, o Brasil. A Fifa não se cansou de criticar a lentidão nos preparativos do espetáculo esportivo. Muitos estádios não corresponderiam aos critérios por ela exigidos. Muitos só ficaram prontos no último minuto. A Fifa argumentava com o conforto e a segurança dos torcedores de todo o mundo.
Mas agora a situação se inverteu. Não é mais o Brasil, mas a Fifa que precisa ouvir sérias acusações. E a lista de transgressões é longa. A empresa Match Services, parceira da Fifa, estaria envolvida na venda ilegal de ingressos da Copa. Árbitros da Fifa são acusados de ignorar entradas duras em campo. E as equipes de segurança da Fifa não foram capazes de garantir a segurança dos espectadores no estádio.
A derrocada da Fifa mostra quão mal informados sobre o maior país da América Latina estão a entidade máxima do futebol e a opinião pública mundiais. A crítica da Fifa aos atrasos nas obras dos estádios e à
infraestrutura precária se encaixava muito bem nos clichês vigentes sobre o Brasil. Sol, samba, carnaval e futebol, e, naturalmente, corrupção – essa era a perfeita descrição de um país simpático, mas longínquo.
Mas definitivamente já se foram os tempos em que o planeta estava claramente dividido, com as nações industrializadas no chamado Primeiro Mundo e os países em desenvolvimento no Terceiro Mundo. Não só a economia se globalizou, como também o conhecimento, o anseio pela democracia e naturalmente o futebol.
Há um ano, milhões de pessoas foram às ruas no Brasil para protestar contra a corrupção. A raiva era dirigida não só contra o próprio governo, mas também contra a Fifa.
Mas a Fifa parece não ter entendido isso. O Brasil não é um país que se entrega de joelhos para a Fifa, mas uma democracia e um Estado de Direito. Isso ficou mais uma vez comprovado pelo excelente trabalho dos
investigadores brasileiros. Se eles tivessem contado com a prometida colaboração da Fifa, pouco teriam avançado.
O Brasil acabou com a onipotência da Fifa. Suas novas roupas são mais transparentes do que ela gostaria que fossem. O rei que tanto abriu a boca agora precisa ouvir. E descobriu que, assim como seus “súditos”, não está acima da lei. É significativo que a Fifa tenha que aprender essa lição justamente no Brasil.

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