Três pequenos poemas

Publicado por Antonio Ângelo 24 de abril de 2015

asda


I

Quieto, meu pássaro,
por que voar?
Olha o céu todo nublado,
olha a terra ensombrecida.
Não pressentes a borrasca?

Quieto aqui dentro pois –
se partires – o mundo
apenas terá mais um pássaro,
e eu estarei penosamente vazio.

II

Somente quando a viu nua
em plena noite de lua
é que percebeu que Valéria
era pura anti-matéria.

III

A água desce
num fio fino
em meio às folhas
de ouro
ao chão jogadas
soltas
em tardes calmas –
almas –
de tristes sonhos
azuis ocasos
de minha vida.

O fio d’água rebrilha
tremeluz
ao sol.

Comentários
  • Sérgio Mudado 3529 dias atrás

    Pequenos, mas (quase) sagrados.

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