Mulheres frágeis, carentes
e suas necessidades prementes.
Elas são o que se invente
e o mais que o desejo pressente.
Trazem consigo incensos
e obstinados intentos.
Vivem a repetir novenas, lamentos
indiferentes a nossos tormentos.
Falam de heróis, príncipes
como se existissem;
também relembram romances
onde donzelas não se cansam
de entregas sem limites, absurdas
de tresloucadas fugas.
Mas não nos iludamos com elas
que se mostram frágeis, estéreis
que mal dormem à noite
à espera de aventuras na corte.
São elas que – igual sereias –
nos prendem a suas cadeias
e de maneira sutil, delicada
sem que percebamos nada
nos enredam em seus contos de fada
quais peixes em aquário sem água.
Comentários
Poeta derramando poesia em cima de poesia, cascatas de luz fulgurante deixando o peito pulsante e a alma exultante
O poeta sabe, o poeta tem razão. Faz graça, desvela, dá lição. Tem os poemas na alma, a palavra na palma da mão.