Sem surpresa

Publicado por Antonio Ângelo 26 de junho de 2019

Sem surpresa

Não me admiraria
Ver ao despertar
O sol nascendo a oeste

Nem se a lua diáfana
Aparecesse sobre os telhados
Que riscam o horizonte ao norte

O mundo vive na imprevidência
Onde os cálculos se avolumam
Mas deixam escorrer em seus portões

Inesperados fenômenos
Eclosão do não previsível
A instabilidade da maquinaria

Da vida, da natureza
Dos átomos, células e astros
Que fogem a tudo que a ciência

Plenipotenciária entende
E julga a tudo responder
Até que a surpreendamos nua

Comentários
  • wesley 1964 dias atrás

    mutatis mutandis, nos elevaremos sobre esse inútil sofrimento, caro poeta. Uma nova era deve haver, nas minúcias do universo, além da nossa pequena e terrena compreensão.

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