de tempos em tempos ela o odeia
de tempos em tempos estranha-o
de tempos em tempos deseja-a
em hamletiano roteiro
nunca se acham por inteiro
de tempos em tempos a preza
de tempos em tempos o despreza
de tempos em tempos
brigas e contratempos
de tempos em tempos
de volta os bons ventos
é quando se os vê aos bares
em apaziguados olhares
tomam drinques, elixires
em algum leito lado a lado se estiram
depois, solitários, andam pelas ruas
por espaços que os não possuam
como fugitivos insones
usando estranhos codinomes
assim vivem num teatro non-sense
amantes que se não pertencem
numa paixão triste e sem decência
num jogo de fugas e decadência
Comentários
O poeta sempre de volta aos temas lá do início, com roupagem nova. É que pro fundo profundo do mundo correm águas correm mágoas correm mundos…
Amei!