deixo comida na geladeira
a casa arrumada
camisas, calças e as demais
todas limpas e passadas no armário
as a vencer
sobre a cômoda
não nego
depois algo desandou
olha que não poucos
Fastio? Desencanto?
não nos estenderemos na cama
“Como si fuera ésta noche la última vez”
o que de você escondi
o revólver
Apenas uma fica
enfiada no tambor
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De viés, ao ler o poema, revivi a emoção de ler, nos idos de 1980, na revista Liberdade, os primeiros poemas do mestre AA que me chegaram às mãos. Ainda hoje, 40 anos depois, sinto cheiro de novo, e a minha alma respira aliviada. Estamos vivos.