Lava-se
penteia-se
perfuma-se
espera.
Mesa na varanda
jarra com flores
queijos, pães
garrafa de vinho.
Junto à brisa
frescor, perfume de damas da noite
vozes na casa vizinha
o luar a pratear
folhagens no quintal.
Inútil espera
ele agora por certo
em outro afazer
n’outra mesa
n’outro clima.
Pouco importa
no dia seguinte
como doida mansa
lá estará de novo:
sobre a mesa
toalha branca
reflexos do vinho
queijos
pães intocados.
Após se lavar
se pentear
se perfumar
espera.
Comentários
Assim seja, AA. Mais uma pérola. Cada vez mais preciso, nada falta, nada sobra, somente e essencial, o poema. Em breve, o mundo ficará pequeno. Se é que já não está.