Outra espera inútil

Publicado por Antonio Ângelo 2 de setembro de 2015

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Lava-se
penteia-se
perfuma-se
espera.

Mesa na varanda
jarra com flores
queijos, pães
garrafa de vinho.

Junto à brisa
frescor, perfume de damas da noite
vozes na casa vizinha
o luar a pratear
folhagens no quintal.

Inútil espera
ele agora por certo
em outro afazer
n’outra mesa
n’outro clima.

Pouco importa
no dia seguinte
como doida mansa
lá estará de novo:

sobre a mesa
toalha branca
reflexos do vinho
queijos
pães intocados.

Após se lavar
se pentear
se perfumar
espera.

Comentários
  • Wesley 3404 dias atrás

    Assim seja, AA. Mais uma pérola. Cada vez mais preciso, nada falta, nada sobra, somente e essencial, o poema. Em breve, o mundo ficará pequeno. Se é que já não está.

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