Amaro ficou a se interrogar:
– Por quê terminei com Ordália?
que lhe levantou a saia
quando subia as escadas do Colégio
ante a solidez de suas pernas
colunas de inspirado escultor
quando ela fez as malas
rumando para a praia
urdindo feitiços e cheiros
com sua nova cor de canela
de forma definitiva
Amaro culpou a si mesmo
na premência da possessão
cometendo o inaudito
quando – inteira – ela aquiescia
a lhe desvendar os canteiros
com ímpeto floresciam
em renovadas primaveras
Comentários
Quantos Amaro eu fui, quantas noivas Ordália perdi. Ao amigo querido homenagens fraternas.
Pois é, amigo AA, quanto arrependimento não carregamos nos ombros. Tantos términos ao longo dos anos, para pouquíssimos recomeços. Voltasse o tempo, tudo seria diferente.