um pobre homenzinho sem compostura
de paletó surrado, calças sujas e botinas.
Na ladeira calçada, entre antigas casas,
o brilho fosco dos paralelepípedos molhados
pela chuva miúda, garoa fria, fina…
O homenzinho cai, dá de testa
na parede e solta risadas
dizendo que o mundo encolheu.
Às vezes para, mira o fim da rua,
resmunga algumas palavras
na língua estropiada dos bêbados.
Das janelas as pessoas observam,
riem cheias de compaixão,
estabelecidas em seu mundo de fenômenos lógicos.
Comentários
Os línguas bêbadas, em trapos, cruzam os caminhos do poeta andarilho, que caminha desatinado na garoa e talha poemas cortantes pelas ruas.
MAS
RIEM CHEIAS DE COMPAIXÃO
ESTABELECIDAS EM SEU
MUNDO DE FENÔMENOS LÓGICOS
FATO É MEU AMIGO
INCONSCIENTE,
JÁ ESTIVE SOB ESSA COMPAIXÃO,
ABRAÇOS AMIGO.
AMINTHAS
Admiro cada dia mais, a profundidade de seus escritos. Um poeta fascinante. Que bom tê-lo por aqui e ser seu amigo.