Nada restou

Publicado por Antonio Ângelo 26 de janeiro de 2016

nada restou


nem a noite vinha
nem a visita
nem a íntima
impulsão anímica

nem vinha
a palavra certa
o premio da vindima
mão que prospecta

somente frustração
tortuosa oração
inútil perdão
austero não

o destino
que se prenunciava
acabou-se no limbo
inerte, avaro

toda a misericórdia
o se dar sem conta
a intencionada desordem
a alma inteira pronta

não vinha sequer
vínculo imaginado
o tão sonhado
aceno de mulher

estribilho sabido
restou no ouvido
o rugido do vento
e meu desalento

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