Não é esta a minha pátria
estes homens de gravata
gritando suas bravatas.
Nem é este o meu país
os eminentes juízes
que anistiam crimes vis.
Não são meus estes heróis
que dizem velar por nós
de fato nossos algozes.
Meu herói fora de voga
não rouba, não usa toga
sequer voto me roga.
Meu herói é em verdade
o que vive sem alarde
simples pária na cidade.
Comentários
Uma belíssima obra de arte! Você encontrou a melhor forma de deixar registrada, para sempre, a grande questão do nosso século… Parabéns!
AA, como sempre, e como é próprio dos (bons) poetas, segue escrevinhando, captando os sinais das ruas e do espírito que move os bárbaros de hoje à civilização sempre inacabada de amanhã. Como na idade média, nos guiamos por cavaleiros de armadura (gravata), de linhagem (votos) e de bandeiras (mídia). Para a carnificina, para o campo aberto, onde a selvageria impera, onde só o butim importa, onde a guerra nunca termina.
ANTÔNIO ÂNGELO,
Você conseguiu expressar o pensamento e o desejo da maioria de muitos brasileiros em versos de maneira brilhante,atual e verdadeira.Com certeza apóa a leitura, todos irão refletir sobre esta triste estória que ESTÃO construindo, que não está apenas em versos mas em cada um de nó brasileiros.
“faço de suas palvaras as minhas”