Há um medo que perpassa
a vida toda ela
que sabemos jamais nos abandonará.
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Não um específico, desta ou daquela coisa
de uma determinada ameaça
ou de alguém que nos agrida.
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Medo outro, que se camufla
mas é denominador comum
a tracejar toda a existência.
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Medo de perdas que sempre ocorrem
medo de sermos vítimas
de uma armadilha? Da morte?
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Nada disto, é o que não se expõe
A que contrapomos racionalidade
no afã de nos não perdermos de nós mesmos.
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Medo de submergirmos
nos desvãos labirínticos
da loucura.