Atente aos montes, distancias,
reflita e se surpreenda,
isto é Minas Gerais.
Lavadeiras cantam nos rios,
sons de congado nas ruas,
novenas, terços, procissões.
Desconfie – no entanto –
da perenidade do eco
que retorna nossos gritos.
Se no vale ouvirmos
estrondo de explosões,
é que horizontes desabam:
não são eternas as montanhas
antes – como nos presépios –
frágeis são e desaparecem.
Comentários
As montanhas se desfazem dentro de nos mesmos quando implodimos nossos sentimentos.
É verdade, poeta, os horizontes ora se estreitam, ora desaparecem. As montanhas e os horizontes são frágeis, fora e dentro de nós. Felizmente, há a poesia. Meu aplauso pela carpintaria.