Não há como se esquivar / que o amor é uma arte / onde se lê: amar-te / não leia: subjugar-te.
É um grande coronel / ou então um autista / promete-nos o céu / mas o brejo é que se avista.
Pessimista, sempre achava que ia morrer. Comprava com muitas parcelas na esperança de ficar livre de algumas.
Filosofia urbana: “Pixo, logo existo”.
– Mantenha-se de boca fechada – ordenou a dentista ao cliente após lhe contar particularidades.
Professava ideais marxistas até que acumulou seu primeiro milhão.
Exclama o urbanóide ufanista: – Enfim, nenhum horizonte à vista!
Estranhou sua cara metade quando a mesma resolveu fazer plástica facial.
De que adianta o GPS durante o dia, se se perde à noite?
Amor sem sexo, devaneio / sexo sem amor, não se salva / mas sexo com amor de permeio / é a chama que não se apaga. Essa pode colar.
Filosofia urbana: – Não desejo o hall da fama, apenas não apaguem minha chama.
Verdade que o amava tanto / que parecia quebranto / depois odiou-o tanto / causando maior espanto.
O tal cirurgião plástico / não tem qualquer senso prático / mais parece um autista / em busca de um ideal cubista.
Filosofia urbana: – Nunca lhe faltará sua cota de gás carbônico.
Quando viu a própria mulher no strip-tease, o maridão teve súbita crise.
O botânico denunciou o vizinho como serial-killer: deixou dez plantinhas para ele cuidar no feriado prolongado e na volta estavam todas mortas.
Era uma mulher perdida. Até que descobriu o GPS.
Filosofia urbana: Em meio ao trânsito, por que acelerar a vida se, como o carro, ela pode estar em ponto morto?
Ama a natureza, desde que em HD.
Filosofia urbana: – Verdades não ditas, estas é que são as malditas.
A candidata sonhática quer salvar o vinhático.
Leitor de Maupassant, Anatole France, Stefan Zweig… Quem diria que agora estaria a ler Bruna Surfistinha.
Filosofia urbana: – Escreva em todos tapumes: “Abaixo os corruptos impunes”.
Na fotografia via-se / a alegria da família / nos bastidores sabia-se / dos ódios que a nutriam.
Pixadores nunca escolhem a casa da mamãe.
– Anticoncepcional é medicamento? – responde a adolescente ao clínico que lhe pergunta se está em uso de algum.
O que se imaginava / vendo-a triste e escrava / é que apenas feliz fora / se a tivessem feito forra.
Apresentou em sociedade a mulher de sua vida. Ninguém ali desconhecia que se tratava de mulher da vida.
Filosofia urbana: Só indo à web para ler o que pensa a plebe.
Grande pintor do abstracionismo, não abria mão de receber em cash.
Lendo o tratado da codificação internacional de doenças, o hipocondríaco tinha certeza que ter todas elas era questão de tempo.
Em tempo de seca, o azul não é a cor mais bonita do céu.
Ao ir para a cama com o sexólogo, percebeu quão longe vai a teoria da prática.
Aos amantes do fisiculturismo: que tal dar uma boa analisada no David de Michelangelo?
Os sem teto, sob a marquise, comentam as curvas da Marquesine.
O pior covarde é o que subjuga o mais fraco.
Prega a igualdade entre os homens. E que as mulheres não lhes neguem obediência.
Comentários
Excelente. Verdadeira filosofia, bem ao gosto dos latinos: ridendo castigat mores.