Quando a filha lhe apresentou o namorado humorista, o pai foi taxativo: – Não passa de um palhaço!
– Só o que faltava – dizia o paciente descrente – meu médico acreditar em duende!
Uns preferem o ruído / a outros mais o silencio / este um é destemido / aquel’outro o medo vence-o.
Até os sessenta viu que os pais não o haviam preparado para a vida; após, percebeu que não o haviam preparado para a morte.
Ao confessor: Se ejaculo, então me maculo?
Adolescente à mãe: Mãe, não me achei no Google; é verdade que existo?
Aquela menina liberada é mesmo um espanto; vive dizendo que amar se aprende dando.
Vive fazendo aplicações na Bolsa via internet. A família diz que tem uma fortuna nas nuvens.
O astronauta mandou o orgulho para o espaço e pediu perdão à namorada.
Sempre muito exibida, a descoberta do facebook e do pau de selfie foi sua glória.
Naquela vida insana / amou Marias e Joanas / mas hoje o que mais o encanta / é mesmo a Marijuana.
Cansado dos partidos, acabou fundando o PAP: Partido da Alternância de Poder.
Era um santinho do pau oco; entrou para a política e recheou-se de dólares.
Paradoxo: mesmo ciente de que não sobreviverá aos insetos – e muito menos às bactérias e vírus –, o homem ainda se considera o rei do universo.
Só ao ouvir que o diabo veste Prada é que Deus percebeu que não veste nada.
Tendo diagnosticado hipocondria, o médico não entendeu como o paciente foi-se finar no dia seguinte.
Se Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, é o caso de perguntarmos: dá para ter esperança?
Vejam que coisa mais tosca: em pleno século XXI, condenado à forca.
Mesmo com tanta toleima / é mesmo sentimental / traz sempre um poema / dentro de seu embornal.