Despedidas

Publicado por Antonio Ângelo 7 de junho de 2013

Esqueça que fugi.
Em verdade,
mais de mim do que de ti.

Estou de volta:
eis o que veio
cheio de esperanças e revoltas.

Percebes entretanto:
plasmam-se em minhas veias
medo e espanto.

Sei-me no revés;
fere-me a certeza
de sua empedernida viuvez.

Tudo em meu porvir
é fugir,
tudo em sua vida é fulgir.

Que imagem esta
seguindo à margem,
indo ao barco que a espera?

Pouco lhe importa o mar
que há de singrar,
chagas tem a sangrar.

Como esfinge –
sem alardes –
só desprezo lhe infliges.

Avante, levantar âncora!
Covarde, imagino viagens
sem jamais ir embora.

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