Ilustração Benício Cunha
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Que faço quando a noite me entristece?
Ajoelha, reza e agradece.
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Da angústia que me faz inerte?
Ajoelha, reza e agradece
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Como agir quando ao meu lado
Vejo desespero e lágrimas nas faces?
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Mãos unidas em prece
Ajoelha, reza e agradece.
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(em pardieiros os desajustados,
ímpios em busca alucinada de inimigos?)
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Olhar pela janela, ver a estepe
Onde quase tudo fenece!
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O que nunca se esquece
O que ao lado perece…
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Aos que se inspiram na última carta de Werther
Tendo às mãos o revolver
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Mesmo apoiado na fé, se
Noutro instante dela deserte
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Não sabe, rapaz, como fugir à peste?
Ajoelha, reza e agradece.
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Virar as costas à desavença?
Melhor que se ajoelhe, reze e agradeça.
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Do oeste não espere
Seja de onde a alvorada regresse
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Mesmo se o inferno é o que reste
Ajoelha, reza e agradece
Comentários
Minha homenagem a BENICIO CUNHA pela ilustração.
BRAVO, MARVILHOSO .
Só você poderia escrever um poema assim.
Ilustração de BENÍCIO CUNHA