De onde ela veio, ainda os cabelos molhados,
que de repente aparece atravessando a Colombo?
Na manhã estival, como que numa trama dos deuses,
eis que surge a linda moça da Savassi!
De shortinho desfiado, coxas morenas,
com que graça desliza sobre o asfalto!
Raios de sol brincam na barriguinha exposta,
piercing no umbigo, beija-flor tatuado alçando voo da pelve.
Avança em leve requebro,
dos rapazes – quão rapaces! – atraindo cúpidos olhares.
Parece até que para melhor admirarmos
mais delonga o sinal que fecha o tráfego.
Não se sabe em que mistérios – oblíquas intenções –
acampam seus olhos de cigana arisca.
Praias não há a esperá-la, nem ondas onde brincar,
filha que é da metrópole mediterrânea.
O que levou a despertar tão cedo num sábado
quem certamente não fez da noite um refúgio?
Talvez um encontro na Liberdade?
Papo com amigas no shopping?
A Bela da Savassi não tem satisfações a dar,
apenas e tão somente
vira a esquina, desce a Pernambuco,
rumo a sabe-se lá que inescrutáveis deleites.
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