Estudos realizados na Austrália concluem que os estudantes que se dedicam aos jogos eletrônicos mostram resultados escolares acima da média.
Reportagem do jornal “La Croix” de 9/08/2016, assinada por Marie Verdier, apresentou as conclusões de um estudo realizado entre estudantes australianos. Para desgosto daqueles que lamentam a troca dos livros pelos “games”, o estudo identifica resultados escolares mais baixos para os alunos adeptos das redes sociais, enquanto os utilitários de jogos eletrônicos se encontram no grupo de melhor rendimento escolar.
Ainda não se sabe se a terra dos cangurus serve de modelo para o restante do planeta, mas já oferece munição contra os usuários intensivos do Facebook e similares. O estudo foi realizado pelo pesquisador Alberto Rosso, do Real Instituto de Tecnologia de Melbourne, e publicado online na revista científica “International Journal of Communication”, da Universidade da Califórnia do Sul. Foi levado em conta o desempenho dos estudantes nas áreas de compreensão matemática, ciências e leitura.
Reforçando a escola
A experiência envolveu cerca de 12.000 jovens australianos na faixa dos 15 anos de idade, distribuídos em 772 escolas do país em 2012. Vale lembrar que os jovens da Austrália estão entre os mais “conectados” do planeta (97%), acima dos jovens norte-americanos (93%) e europeus (86%).
A conclusão é que os videogames e demais jogos online exigem a solução de problemas para avançar até o nível seguinte, o que implica a utilização de certas competências gerais em matemática, leitura ou ciências. Deste modo, funcionariam como uma espécie de reforço dos conteúdos adquiridos em aula.
Na interpretação dos resultados obtidos, sugere-se que os jogos atraem mais as crianças que já possuem facilidades de aprendizagem, enquanto os demais estudantes seriam tentados a passar o tempo nas redes sociais.
Mamãe está errada?
O site francês “Le HuffPost”, em matéria assinada por Drew Guarini, chega a apresentar uma lista de “benefícios” que os videogames proporcionam à saúde humana, tanto no plano físico quanto no psicológico. Até então acusados de incitar a violência e afastar as crianças dos livros, os jogos eletrônicos apresentariam as seguintes vantagens:
1. Estimulação do cérebro com aumento das células cinzentas do hipocampo cerebral direito, responsável pela navegação espacial, a memória e a motricidade das mãos, como no game “Super Mário”.
2. Aumento da inteligência, em especial nos jogos de estratégia, como o “Starcraft”, que ajudaria na flexibilidade cognitiva.
3. Retardamento do processo de envelhecimento e do declínio natural das competências cognitivas, até um limite de 7 anos.
4. Ajuda no progresso da leitura para crianças disléxicas.
5. Alivio da dor em pacientes de quimioterapia, doenças crônicas, chegando a reduzir as dores de queimaduras de 30% a 50%.
6. Melhora no estado da visão. Estudo da Universidade de Rochester verificou que os jogadores de “Call of Duty”, quando é preciso atirar contra inimigos, experimentaram melhoras na visão de contraste e na capacidade de perceber alterações sutis da luminosidade de uma imagem.
As conclusões são ousadas, a ponto de afirmar que os videogames, longe de provocarem distúrbios psíquicos, podem ser tão eficazes quanto uma sessão de terapia individual. E seriam também capazes de auxiliar vítimas de AVC na recuperação dos movimentos e da fala, adverte a Universidade de Tel Aviv.
Belo tema para debate!