Esse sujeito chamado leigo – parte IV

Publicado por Antonio Carlos Santini 28 de março de 2018

Esse sujeito chamado leigo IV

O Papa Paulo VI referiu-se ao mundo da dor como campo de ação típico do fiel leigo. Aqui, peço licença para fazer uma pergunta: – por que motivo nós, os leigos, que deveríamos ser SUJEITOS no mundo, continuamos passivos diante das necessidades dos que sofrem?

Tenho um amigo em Petrópolis. É meu xará, mas é conhecido como Tônio. Um amigo o convidou a visitar uma clínica para deficientes. Ao chegar, veio ao encontro dele um jovem de 15 anos que lhe perguntou abruptamente:

– Ei, moço, você quer ser meu pai?

A emoção tomou conta de Tônio. Ele ainda não sabia, mas era uma nova vocação.

Simples professor, começou a trabalhar na clínica, sofrendo diante das coisas erradas que ele presenciava. Por fim, a Justiça Federal mandou fechar a clínica pelas más condições do atendimento. Os internos que tinham alguma renda foram recebidos por outras instituições. Os sem-recursos não tinham onde ficar.

Tônio se responsabilizou por 16 deles e levou-os para casa. É a atual Comunidade Jesus Menino. Até hoje, Tônio já adotou – de papel passado – mais de 100 deficientes físicos e mentais. Casas semelhantes, inspiradas em sua missão, foram abertas em países da Europa.

Qual é o ministério do Tônio? SER PAI. Um coração aberto à paternidade… E como diz o Doc. 105 da CNBB, “a paternidade e a maternidade são dons de Deus e participação ativa na obra criadora”.

Em seu livro “Parábolas de Corações Especiais”, Tônio descreve o itinerário da Jesus Menino e as maravilhas realizadas por Deus em sua missão.

Outro amigo é Daniel Fernandes, de Belo Horizonte. Excelente músico, faz de sua arte um instrumento de evangelização. Casado, uma filha, a esposa com excelente emprego, deixaram tudo para uma experiência missionária de 3 anos, incluindo Peru, Uganda (África) e Inglaterra. Em seu livro “Música: Serviço ou Suce$$o?”, ele relata sua caminhada, ao mesmo tempo que questiona a realidade de “ministérios de música” que se transformaram em puro negócio.

Exemplos como estes deveriam, ao menos, deixar-nos com vergonha diante de nossa passividade. Como dizia Madre Teresa de Calcutá, “se você pretende evangelizar, comece a mexer os pés!”

Há muitos outros exemplos de atividade entre leigos. Em Petrópolis, há mais de 10 anos, funciona uma Escola de Evangelização. Ali, rapazes e moças, a partir dos 15 anos de idade, deixam a família e vivem em comunidade por um ano inteiro.

Na escola, eles têm formação doutrinária (catequese, teologia, pastoral, patrística etc.), fazem trabalhos pastorais durante a tarde e, à noite, celebram a Eucaristia, partilham suas experiências e se questionam acerca de sua vocação. Depois de um ano, deixam a Escola e seguem seu caminho.

Em Jundiaí, SP, um hospital que atendia a população mais pobre ia fechar por falta de recursos. Um grupo de católicos (incluindo médicos e enfermeiras) assumiu o hospital e o mantém vivo até hoje. Só Deus conhece os sacrifícios que eles tiveram de enfrentar…

Sal da terra e luz do mundo, os leigos deixam atrás de si uma estrada iluminada…

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