No artigo anterior, ficou bem claro que nós não temos luz própria! É em Deus que precisamos buscar a luz a ser irradiada. Conheço um exemplo admirável dessa cooperação com a Graça. Trata-se de um homem negro norte-americano.
Em uma fazenda do Missouri, sul dos EUA, nasceu um filho de escravos em 1860. Sua família foi sequestrada por bandidos e somente o pequeno foi localizado depois. Por um desses fatos que o simples acaso não explica, o negrinho da fazenda dos Carver acabou admitido a uma escola agrícola exclusiva para negros.
Então, precisou de documentos, mas ele nem conhecia o próprio nome. Escolheu, então, o nome de um americano famoso – George Washington – e o sobrenome de seu ex-dono, um imigrante alemão chamado Carver. George Washington Carver!
Certo dia, já na escola, ele rezava em seu quarto e pediu a Deus:
– Senhor, peço que me dê toda a ciência.
Na mesma hora, ele ouviu uma risadinha interior, e uma voz que lhe dizia:
– É demais para sua cabeça, George…
Ele resolveu baixar o nível e pediu:
– Então, me dê toda a ciência agrícola…
A risadinha se repetiu e ele ouviu:
– Ainda é demais para sua cabeça…
George olhou pela janela e viu um pé de amendoim. Na época, uma planta trazida pelos escravos africanos e sem nenhum valor comercial. E ele rezou:
– Então, Senhor, me dê toda a ciência do amendoim!
A risadinha não se repetiu. E ele entendeu que sua oração tinha sido atendida.
Ao morrer, George Washington Carver deixaria registradas nada menos que 2.000 patentes industriais a partir do amendoim. Em 1916, Carver foi eleito membro da Royal Society of Arts, na Inglaterra. Na I Guerra Mundial, o amendoim foi a base para a fabricação de plásticos, pneus, leite e uma centena de outros produtos. A cultura do amendoim cresceu a tal ponto, que os EUA tiveram como presidente… um plantador de amendoim: Jimmy Carter.
Botânico, agrônomo, inventor, bom músico, destacado pintor, Carver recusou o convite para trabalhar no laboratório de Thomas Edison, abrindo mão de excelente salário. Ele optou por dedicar toda a sua vida a ensinar os pequenos agricultores a recuperarem suas terras e adotarem métodos de plantio mais adequado.
Carver nunca se casou. Ele dizia: – “Mulher nenhuma vai querer viver a vida pobre que eu vivo…”
E tudo começou com uma… oração… de um jovem negro de uma igrejinha pentecostal…
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O Doc. 105 não acrescenta praticamente nada à doutrina contida na Exortação Apostólica Pós-sinodal “Christifideles Laici” – sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, de João Paulo II, datada de 1988. No entanto, o Documento é importante, pois nós ainda não estamos vivendo plenamente a mensagem daquela Exortação.
Claro que houve progressos. Por exemplo, o Documento 105 recorda os leigos de hoje que “com alegria e esperança, visitam as casas, os hospitais, os presídios, as periferias, e atuam em movimentos eclesiais, sociais e políticos, colaborando na santificação das estruturas e realidades do mundo” (Nº 29).
E destaca, ainda: “A atenção e o cuidado com o nascituro, com as crianças, os jovens, a mulher, o idoso e a família têm dado passos significativos, concretos e positivos entre nós. Temos progredido no atendimento aos migrantes, na oferta de comunidades terapêuticas, na atenção à saúde, no cuidado pioneiro aos portadores de hanseníase e do vírus HIV, como também na pastoral do acolhimento e no atendimento às pessoas necessitadas” (Nº 30).
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