Esse sujeito chamado leigo – parte II

Publicado por Antonio Carlos Santini 12 de março de 2018

este sujeito chamado leigo ii

Já vimos que o campo de ação típico do fiel leigo não é a sacristia e suas adjacências. Vamos ver um exemplo histórico da atuação dos fiéis leigos na vida real. Em 1945, terminada a II Guerra Mundial, a Europa devastada estava em ruínas tanto no plano material quanto no plano social. O fim dos combates não trouxe a paz. A guerra deixara uma herança de inimizades, ressentimentos, desconfianças.

Em 1950, um leigo católico francês, Robert Schuman, ministro de Estado – cujo processo de beatificação corre na Santa Sé -, propôs a formação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Esta seria o germe inicial da atual União Europeia.

Schumann logo teve o apoio de um leigo católico alemão, o chanceler Konrad Adenauer – cujo processo de beatificação corre na Santa Sé. E prontamente aderiu ao sonho da unificação europeia outro leigo católico, o italiano Alcide De Gasperi – cujo processo de beatificação corre na Santa Sé – e foi presidente e primeiro-ministro da Itália.

Eram três leigos que, periodicamente, se retiravam a mosteiros para um retiro espiritual, e ali, no silêncio e na oração, buscavam as luzes para iluminar as trevas espalhadas pela guerra e pelo ódio do nazismo e do comunismo. Não admira que a bandeira da União Europeia traga o desenho de 12 estrelas. Aquelas mesmas 12 estrelas de Apocalipse 12: “Viu-se no céu um grande sinal… A mulher revestida de sol… e na cabeça uma coroa de 12 estrelas”.

Nós estamos falando de três homens públicos. Três políticos… Essa estranha raça que parece leite e azeda de um dia para o outro! Mas estes três não se corrompem no contato com o mundo. Ao contrário, eles se santificam em sua missão… mundana! Sobre raízes cristãs, eles edificaram a atual Comunidade Europeia.

Este é o modelo para o fiel leigo: atolados até o pescoço no barro do mundo, modelar ali os tijolos para a edificação do Reino de Deus…

Atenção! Não estou falando de heroísmo! Estou falando de leigos que buscaram na oração a força para o desempenho de sua missão. O sujeito ativo de que fala o Doc. 105 não é um “ativista”, é um batizado que segue as inspirações do Espírito Santo, contando muito mais com a Graça divina do que com o suor na testa e as mangas arregaçadas.

O Doc. 105 Afirma que o leigo deve ser SAL e LUZ. O Texto do Documento afirma que estas duas imagens “são particularmente significativas se aplicadas aos cristãos leigos e leigas. Expressam sua inserção profunda e participação plena nas atividades e situações da comunidade humana e, sobretudo, falam da novidade e da originalidade de uma inserção e de uma participação destinadas à difusão do Evangelho que salva”. (Nº 13)

Ocorre, porém, que nós somos humanos e não temos Luz própria! Precisamos buscar em Deus essa luz a ser irradiada. Falaremos disso no próximo artigo.

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