Jesus Cristo pregou a paz. Entre seus seguidores, porém, sempre houve alguém disposto a brandir a espada. Jesus mandou dar a outra face a quem nos viesse esbofetear. Entretanto, homens que se dizem cristãos pregam a vingança e contra-ataque.
Jesus deu-nos o exemplo de entregar a própria vida, como o grão de trigo que morre para frutificar. Mas há nações que se dizem cristãs sempre prontas a pagar a morte com a morte.
Ainda somos seguidores de Jesus Cristo? Como seguir o Cordeiro manso e, ao mesmo tempo, fabricar armas e propor a pena de morte?
Mundo a fora, a imagem deixada por visitantes cristãos foi muitas vezes um retrato de ódio e violência. As incursões de cruzados, na Idade Média, reuniram santos e devotos, mas também aventureiros e saqueadores, e foram estes últimos que deixaram na Terra Santa as marcas da violência do cristão, capaz de cruas carnificinas.
O império colonial da Idade Moderna foi uma experiência comercial e econômica em que nações cristãs (Inglaterra, França, Portugal e Espanha, entre outras) ocuparam vastos territórios “de África e de Ásia, que andaram devastando”. Sem nenhum respeito pelas culturas locais e pelo ambiente físico ocupado, ali deixaram a sementeira que hoje dá frutos de intolerância e de violência.
Aqui, cabe a pergunta fundamental: os homens e as empresas que colonizaram África e Ásia representam o espírito do Evangelho de Jesus Cristo? Resposta óbvia: claro que não! O Evangelho não fala de rapina, mas de pobreza; não fala de opressão, mas de serviço; não fala de confronto, mas de fraternidade.
Agora, voltemos ao nosso tempo e consideremos as atuais reações diante do chamado “terrorismo islâmico”. Os homens-bomba de Paris e Bruxelas representam a fé e a doutrina do Alcorão? Merecem eles o nome de “fiéis” do Islamismo?
Obviamente, não! Os fundamentos desses atos de agressão são de outra ordem, desde a politização da religião até o simples ódio pelo diferente.
Por isso mesmo, o momento pede de todos nós duas atitudes: 1) rever nossa própria vida e questionar se ainda merecemos o nome de cristão; 2) aproveitar a oportunidade para estender pontes, acolher imigrantes, respeitar o diferente e apagar toda chama de ódio em nosso coração.
Mais que o aquecimento global, é o resfriamento do amor que ameaça a nossa civilização…