Apresentação
“É direito de todo cidadão assegurado na Constituição do País, Liberdade de Expressão Art. 5º Const: 1. Federal”
Sou Anadir de Freitas, 52 anos de idade em 2022, mãe de dois filhos adultos, um neto adolescente, há 29 anos atuando na profissão de Terapeuta Corporal tendo como formação de base a Medicina Tradicional Chinesa. Sou brasileira com várias etnias distintas em miscigenação legítima, indígena tupiniquim do Recôncavo Baiano, portuguesa da cidade de Espinhos em Portugal, sobrenome Alves Dias, alemã da cidade Osnabrück sobrenome Lankmann, negros, sem identificação por terem sido escravizados, alforriados em São Paulo, vieram para a região do Recôncavo e Sertão na Bahia, Feira de Santana, Santa Bárbara, Tanquinho de Feira, sobrenome São Paulo de Freitas.
Tendo sido educada com fragmentos de todas as culturas das famílias de origem, com orientação espiritual de edificadores de templos, cristãos da Igreja Batista, Maçonaria, Terreiros, Assentamentos religião afro-indígena, iniciando os estudos em escola de freiras e padres com todas as regalias e ordens da instituição educacional religiosa. Em fase adulta, estudando e participando ativamente do espiritismo kardecista. Uma jornada espiritual que me conduziu cada dia na busca do autoconhecimento e auto desenvolvimento com objetivo de estar mais liberta da ignorância, da falta de conhecimento, buscando harmonia com as leis divinas.
Objetivo
O objetivo destes textos é compartilhar os princípios edificados na dignidade e respeito pela vida que é o bem precioso recebido e permitido pela existência, fazendo valer princípios de moral e ética no compromisso, na caminhada da jornada espiritual. Sempre estive com consciência plena de fazer sempre o melhor para meu semelhante.
Estive por 20 anos fazendo uso ritualístico da ayahuasca e espero que as informações compartilhadas das minhas experiências venham trazer discernimento e clareza para aqueles que pretendem trilhar este caminho de descobertas do desconhecido e autoconhecimento através do uso do chá Ayahuasca, Oasca, Hoasca, Santo-Daime, Daime, Vegetal, Yagé.
Vale ressaltar que não pretendo confrontar, afrontar, enfrentar, culpar ou acusar os ayahuasqueiros, religiões, seitas, grupos que fazem uso do “chá misterioso”, “vinho dos mortos”, “cipó dos espíritos”.
O Labirinto de Terror
Trago ao conhecimento público informações sobre a busca do despertar e expandir a consciência estando consciente, a tentativa de ingressar nos portais espirituais do mundo desconhecido através do uso de princípios ativos do chá ayahuasca. Um caminho que não se sabe onde pode levar, sob a condução de “guias” que suponho inebriados pelo poder de manipulação que auferem, e que, oferecendo o despertar da consciência, as incursões ao mundo espiritual, praticam inimagináveis aberrações com seus seguidores com os quais brincam como “Mestres”, “Madrinhas”, “Padrinhos”, “Sacerdotisas”, “Gurus”, “Guias”, “Xamãs” e “Curandeiros”.
Entrei em um grupo de ayahuasqueiros através do convite de uma cliente amiga com intuito de experimentar um novo caminho espiritual. Eu não fazia nem faço uso de drogas alucinógenas ou outras substâncias lícitas ou não.
A Ayahuasca conduz a dimensões astrais, “peias”, estados de desconforto físico, emocional e mental, estados alterados de consciência. A entrega espiritual para conduzir outras pessoas nessa dimensão sagrada requer imensa responsabilidade, respeito, experiência, cuidados estes que são atribuídos aos Pajés, que fazem uso da ayahuasca, e, quando necessário dentro dos seus conhecimentos da Medicina Ancestral, bebem o chá.
A pedido de vítimas que sofrem tortura psicológica, represálias, perseguição dentre outras situações de vulnerabilidade da integridade física, emocional, moral e espiritual, exponho uma pequena parte do meu conhecimento e experiência vivido em confrarias e grupos que fazem uso ritualístico da ayahuasca, e como consegui me livrar da masmorra espiritual.
Metaforicamente falando, existe um fio invisível que auxilia a sair do lugar difícil, do campo minado, da escuridão, da dor, do desespero e de muitos sofrimentos. Quero oferecer a mão àqueles que se encontram nesse purgatório de suplício, desesperança, em um labirinto do terror e inferno de dores profundas da alma. Sei o que é isto! Estive neste lugar. Esta mensagem é para dizer que há saída. O Mito da Caverna de Platão passa a ser a referência de que há Luz fora da caverna, que é verdadeira e brilha para todos sem distinção. Aqueles que se encontram em sofrimento querendo sair dos sistemas fechados de poder que fazem uso da ayahuasca dentro de instituições herméticas, há esperança, pois há saída. O que é oferecido como Luz, Paz e Amor, é um labirinto de dor.
Como o tema requer profundidade decidi, junto com o editor do site Metro, www.metro.org.br, publicar esse artigo em partes que serão postadas semanalmente nesta página.
Comentários
Lamentável Anadir. Fico sempre chocado quando tomo conhecimento de casos semelhantes ao seu. Recentemente assisti o documentário produzido pela Globo Play a cerca do caso João de Deus e fiquei aterrorizado.
Importante assinalar que não é a ayahuasca a causadora do mal. Como uma substância que possibilita um mergulho em si, a ayahuasca deve ser utilizada com critério e acompanhamento de pessoas responsáveis e que vibrem no bem, assim como quaisquer outras. O mal em si não está no instrumento, mas no coração de quem faz uso do instrumento.
A denúncia é super necessária, mas, como o dito popular, “devemos tomar cuidado para não jogar fora o bebê juntamente com a água do banho” e não confundir os militantes com a doutrina.
Espero ainda ler as demais matérias, com a esperança de que seu relato sirva de alerta e de fator inibidor de futuros possíveis casos correlatos.
Muitas são as reflexões de como haver violências e violações no uso do instrumento que conduz a expansão da consciência? Esta reflexão e lamentável realidade me fez trilhar um longo caminho no meio ayahuasqueiro em busca das respostas onde: Homens com formação acadêmica tornam-se exímios manipuladores da força inferior, revelando a marginalidade para aqueles que conseguem enxergar na minunciosidade, e detentos sendo transformados em homens elevados na força do bem. O estudo e pesquisas científicas precisam estar em ressonância com a dinâmica psíquica na sua totalidade.
Justamente a água do banho precisa ser jogada fora, não serve nem para decantar! O medo de jogar o bebê fora, faz com que muitos se submetam à conivência, deixar de fora sem o copo do vegetal/ayahuasca não assusta! Estar fora do círculo/roda, sem o convívio das irmandades/grupos, não assusta! A causa é trazer ao inconsciente coletivo a consciência do sentido da direção em que se dá o passos, comungar ayahuasca não é o mesmo que beber um copo de água! Continuo contando com sua presença na caminhada do bem! As matérias prosseguem, a verdade faz parte do despertar da consciência, a primeira fase é não aceitação, mas precisamos olhar, aceitar e transformar. Que a verdade vença e ajuste a medida na limpeza geral!
Quando li este texto lembrei de Jiddu Krishnamurti: ” Não há professor, não há aluno, não há líder, não há guru, não há mestre, não há salvador. Você mesmo é o professor, o aluno, o mestre, o guru, o líder…”. Entretanto, em geral as pessoas buscam os “salvadores da Pátria”, na política e em várias dimensões da vida, inclusive na busca do auto conhecimento e da reconexão espiritual.
O Ayahuaska, medicina sagrada dos nossos ancestrais, é uma dádiva que agradeço por abrir novos portais: ensinos que nos ajudam a resignificar a vida.
“As plantas sagradas, como um remédio, podem nos auxiliar a conscientizar um senso ampliado de identidade, provendo o estímulo necessário para a superação do hábito de restringir a nossa consciência de “eu” ao mundo das abstrações ou ao dos desejos egóicos e pueris. Com certeza, uma poção como a Ayahuasca, assim como a seiva de outras plantas tradicionais e de uso ritualista, é capaz de proporcionar o auxílio que precisamos para redirecionar o nosso destino, orientar a humanidade em direção à realização do homo-sapiens verdadeiro: um ser ponderado, compreensivo, compassivo, tolerante, flexível e integrado. Certamente, com um investimento enorme de tempo e esforço, estas mesmas experiências podem ser obtidas pelos que dominam a ciência da meditação… Porém, a Ayahuasca não é um caminho para todos, substâncias psicoativas não são pontes, ou atalhos, apenas vias mais rápidas. A escolha deve ser baseada no conhecimento amplo dos fatores envolvidos.”
Dr. Régis Alain Barbier – médico, filósofo, presidente da Sociedade Panteísta Ayahuasca e iniciador do Movimento Filosófico Essencialista. https://universomistico.org.br/ayahuasca-como-opcao-espiritual/)
Compreendo que ao optar por esta experiência, além de humildade, coragem e desapego é importante sabedoria e discernimento para não cairmos na ilusão de transferir para as instituições, e para o mundo exterior, para um “mestre/líder”, a tarefa do auto conhecimento e do religare espiritual.
Na jornada da formação terapêutica, há caminhos para serem trilhados no autoconhecimento com objetivo de estar em ressonância com a unidade. Há formações técnicas e formações no desenvolvimento do “ser”. O encontro com um Mestre se faz necessário sendo este temporário no tempo presente e infinito no que se aprende e apreende levando consigo os ensinamentos, conhecimentos que podem agregar no agir com sabedoria. O Mestre que tem coerência em guiar o caminho já trilhado por ele, deve ser o reflexo do que ensina. Ao fazer uso, comungar, beber ayahuasca de forma autodidata tem que estar ciente e consciente dos riscos. Em vistas aos rituais dos povos originários que detêm o conhecimento e sabedoria ancestral no uso da consagração da ayahuasca, há uma preparação para o ritual, um pajé faz a guiança e condução se responsabilizando em manter a conexão a permanência e equilíbrio do espírito na Terra. Com a urbanização e expansão da ayahuasca em diversas culturas, a essência de sua origem sofre mudanças e transformações nos rituais adentrando diversidades na condução ritualística. Citando Jiddu Krishnamurti que foi um filósofo, escritor, orador e educador indiano. Proferiu discursos que envolveram temas como revolução psicológica, meditação, conhecimento, liberdade, relações humanas, a natureza da mente, a origem do pensamento e a realização de mudanças positivas na sociedade global, que aos meus simples olhos, o vejo como um Mestre, tendo este em uma das suas palestras trazido valioso ensinamento de “Corrupção”, fazendo a ponte neste assunto venho a confirmar que corrupção faz parte da essência humana que almeja a soberba do poder, corrompendo-se e corrompendo sistemas. Não necessariamente tenha que praticar a corrupção, neste caso que venho trazendo ao conhecimento em prol do bem maior “a vida” para a humanidade, despertar que há irregularidades, crimes, escuridão, aprisionamento, manipulação e tantas outras atrocidades desumanas em algo tão precioso que desperta na expansão da consciência cósmica ao encontro com o tempo eternidade passado, presente e futuro. O Mestre interior está desperto quando o pensamento, a palavra e ações agem em verdade com a prática. Esta é uma das razões que venho trazer à publico, fazer uso da ayahuasca requer estar consciente respeitosamente consigo e para com todos no verdadeiro religare. Agradeço seu valioso comentário, sigamos!
PRECONCEITO e IGNORÂNCIA exterminar vidas!