Sigo sorumbático
Pisando os sonhos de minha gente
Sigo emblemático
Reconstruindo temas incoerentes
Sigo por sobre os cacos
De vidas remanufaturadas
Vivo a tanger o acaso
Por sendas amarguradas
E ressurjo pastor
Da vara endemoniada
Da estrela que não se apaga
Da lua cor de carmim
Paus e pedras nada podem
Sigo por espinhos que surgem
Até encontrar a mim
E a mim, me vejo
Conforme a cruz que envergo
Tropeço, e ainda não enxergo
Que aquilo que mais desejo
São um cântaro de água fresca,
A sombra de um limoeiro
E o cheiro de uma goiaba
Pra findar a marcha Dantesca
E descobrir no desfiladeiro
Que o caminho nunca acaba.