Manhattan

Publicado por Lucio Carlos Ferraz 19 de julho de 2012

Evoé, evoé,
que o poeta as palavras,
senão as constrói,
as descobre e inventa;
E bem humorado,
à poesia cúmplice,
alegremente recorre.

E vai ele rebuscando,
na carpintaria dos vocábulos,
a palavra e o sentido,
muitas vezes perdido
no seu estado de espírito.

Evoé, evoé
pois se a cidade grande o aguarda,
uma outra caprichosamente,
me acolhe e assiste.

São os ventos do East River
São os ventos do Hudson River

evocando Whitman
Whitmannnnnnnnn
Evoé!
Evoé!

Estou em Manhattan
na cadência de Whitman,
e entre o transcendental
e o real,
eu,
inventivamente,
multirreal.

Esta cidade inventiva,
como uma loba no rastro,
o coração de bardo,
retira de mim pensativa.

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