Parca Poesia

Publicado por Editor 12 de julho de 2012

De minha poesia que é parca

Devo valentia aberta a faca

A Manoel de Barros e atoleiros

Que me ensinou a ser oleiro

De palavras naturais

De encontros casuais

De cheiros e texturas

E de sombras e amarguras

Fundir novos vocabulários

Novas contas ao escapulário

Da língua portuguesa

E muito preso a certeza

De que os verbetes portugueses

Acham-se gastos de alfinetes

Precisando de reforma estrutural

Transformando seu gene cultural

E libertando-os para serem livres

De pres e pós concepções incabíveis

Que afirmam que poesia

Não se come, se anuncia

Não se bebe, se escreve

E que a vida se inscreve

Sob forma juramentada

Nunca ouvi maior patada

Idéia mais sem sentido

Afirmar mais descabido

Que palavra foi criada

Pra ser coisa mal tratada

De boca em boca apertada

Sem ter sido nunca pensada

Pela voz de uma criança.

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