para João Evangelista
A imagem que se capta: aquele instante
que estivera perdido por um segundo,
torna-se palavra
E como se liberta em outras palavras
contidas mesmas no corpo do objeto
em silêncio
Ultrapassa o vidro da lente convexa
vida que era, agora é mármore
em forma plana
Diz alguma coisa aos meus olhos
subtraída em coisa inanimada
nunca mais o que fora
Repousa sem o vento a perfumá-la
sem a concentração do movimento
apenas um nome
Posso então dizê-la: letra e pausa
o som onde havia o tempo
fotografia
poesia