Não Consigo

Publicado por Carlos Bitencourt Almeida 20 de janeiro de 2011

Todos nós temos limitações. Existem tarefas e situações que são di­fíceis para nós. Mas, por outro lado, é muito interessante perceber que, com freqüência, disfarçamos nossa preguiça ou desinteresse com o véu da incapacidade. Tem pessoas que se queixam que tem memória fraca. Que não conseguem guardar bem certos conhecimentos ou compromissos. Verificando mais de perto vemos que quando estão motivados, quando seus interesses estão ameaçados a memória fica nítida e firme. Outros, na vida profissio­nal, evitam ou adiam certas tarefas que consideram muito difíceis. Mas diante da perspectiva de um aumento de salário ou da ameaça de demissão as mesmas tarefas fluem com entusiasmo e competência.

Os hábitos alimentares, nocivos ou não, são muito arraigados, ou mesmo vícios como o fumo e o uso de bebidas alcoólicas. Tem pessoas que se desculpam durante anos com a justificativa de que não conseguem se liber­tar. Porém, muitos, diante de uma doença grave ou do risco de vida, modi­ficam estes mesmos hábitos, às vezes para o resto da vida.

Há dificuldades de relacionamento, dentro de um casamento, que se repetem durante anos. São certas coisas que fazemos ou deixamos de fazer que magoam a pessoa que vive conosco. Muitas vezes a justificativa é a mesma: “Não consigo mudar, quando vejo já fiz.” Aí, a pessoa mais insatisfeita, começa a falar seriamente em separação, divórcio. Para alguns casamentos este é um fortificante muito eficaz. Mudanças que antes eram impossíveis começam a acontecer e se mantém duradouras.

Muitas pessoas se queixam de falta de tempo. Não fazem isto ou aquilo, para si ou para outros, por absoluta falta de tempo. Mas, de repente perce­bemos que não temos tempo para certas pessoas, mas para outras damos um jeito. Aquela tarefa que vínhamos adiando, diante da perspectiva de gran­des lucros ou prejuízos acaba sendo feita.

Não quer dizer que somos todos mentirosos hábeis, espertos. Freqüentemente nos auto-enganamos, mentimos para nós mesmos. Somos inconscientes de nossas capacidades, de nossa preguiça, desinteresse ou ressentimento. Achamos que não damos conta até que a vida nos aperta ou nos motiva com intensidade. Às vezes é desconcertante para a própria pessoa perceber que ela é capaz e que o que a estava impedindo era a inércia, o medo, a vaidade. Podemos até sentir gratidão por termos sido obrigados a seguir um determinado caminho, porque através disto descobrimos em nós capacidades que não sabía­mos possuir e deste modo novas alegrias e fontes de realização pessoal.

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