Emoções (2a parte)

Publicado por Carlos Bitencourt Almeida 10 de maio de 2010

Emoções (2a parte)

Uma vez que eu tenha clara consciência de que tipo de emoções estão vivas em mim e sinceramente deseje atuar sobre elas, transformá-las, dissolvê-las, por serem nocivas à minha saúde emocional, posso então iniciar o processo de tentar compreendê-las, atuar sobre elas com a energia do pensar. Um primeiro enfoque neste caminho é perceber que raízes no meu passado esta emoção tem. Frequentemente transferimos reações emocionais de uma pessoa para outra, de uma situação para outra. Posso ter sido uma criança que foi duramente criticada pelos meus pais e acumulei dentro de mim uma tristeza e raiva intensas. Aí, na idade adulta, quando alguém me critica reajo com fúria, sentindo internamente: “De novo, não! Basta! Vocês não vão me ferir. Agora eu posso reagir, chega de ser injustiçado!”

A crítica que eu recebo pode ser justa e correta, formulada com moderação, mas a reação poderá ser de ódio, porque é aos pais que a pessoa esta respondendo, e não a esta outra pessoa. Neste caso a pessoa está cega para o presente e vive assombrada pelos fantasmas de seu passado. Dorme de olhos abertos e tem pesadelos acordada, e não percebe o que de fato está acontecendo. Se ela for capaz de perceber o que está acontecendo pode tornar-se capaz de receber críticas construtivas, ao mesmo tempo que adquirir serenidade em relação aos sofrimentos de um tempo que já passou.

As marcas que o passado deixa em nós podem ser profundas e variadas e o processo de compreendê-Ias e dissolvê-Ias pode ser longo, mas o resultado é compensador. Ficamos mais leves.

Há pessoas que vivem com mêdo. Tem desejos que não arriscam tentar realizar. Não conseguem às vezes sucesso e desistem. Ficam tristes e frustrados porque a vida não lhes proporciona certas oportunidades.

Nestes casos, além de compreender é preciso agir. O medo de não ser capaz só se dissolve quando a capacidade é desenvolvida. Há tantas coisas que um dia tememos e que hoje realizamos com facilidade. Outras tantas que um dia sofremos por não ter ou vivenciar e que hoje fazem parte de nossa vida. O caminho aqui é ousadia, persistência e paciência. Aprender a agir com medo. Começar pelo menos difícil e ir avançando aos poucos até o mais difícil. Não deixar que o medo nos paralize. Fazer, mesmo com medo, mesmo suando frio e trêmulo. Aos poucos o medo vai diminuir. A ação, é aqui o caminho libertador.

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