Judaísmo, Islamismo e Cristianismo – parte I
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Religião: uma reflexão humanizada sobre o desejo de paz construído no diálogo permanente
Com este texto simplório queremos trazer aos nossos leitores uma pequena reflexão, sobre as diferenças históricas, que vem marcando a relacionamento conflituoso, entre o judaísmo politeísta abraâmico e seus enfrentamentos com o islamismo ou mulçumanos, seguidores de Allah, assim como a sua oposição ao cristianismo, suas bases e pilares no ocidente.
No dia 07 de outubro de 2023 o mundo foi surpreendido com o ataque do grupo Hamas a Israel, onde cerca de 1200 pessoas morreram e 200 foram feitas reféns. Com a violenta resposta de Israel bombardeando e ocupando a Faixa de Gaza foram mortos 32500 palestinos e 75000 ficaram feridos segundo o ministério da saúde palestino.
Mas qual é a diferença entre estas religiões, como surgiram e o que tem levado a tantos e violentos conflitos no decorrer da história da humanidade. Percebemos ainda hoje, a existência de muito ódio acumulado em ambas as partes, tanto do judaísmo, quanto do islamismo e o permanente e mútuo desejo de vingança de ambas as partes com ataques e guerras cada vez mais surpreendentes.
Quando o contra ataque israelense veio, o ministro da defesa de Israel anunciou ao mundo que a partir daquele momento os palestinos iriam conhecer “a ira de Israel”. Tudo isso nos questiona: porque duas correntes religiosas de tradição milenar ainda hoje continuam a aterrorizar o mundo com atitudes de vingança e de ódio como estas que continuamos a assistir em nossos dias.
O povo cristão do ocidente sempre condenou o espirito de vingança, embora nos últimos tempos aqui no Brasil, assistimos surgir dentro do cristianismo grupos religiosos de diferentes igrejas, influenciado por ideologias extremistas defendendo a violência, a vingança e o uso de armas para respaldar a atuação de seus membros.
Mas sabemos que Deus é justo, a justiça é inerente ao ser humano e aquele que teima em ter atitude como estas contra o outro, certamente não ficará sem a sua recompensa, pois a própria natureza se encarregará de promover a justiça, “quem planta chuva colhe tempestade”.
Para iniciar esta reflexão, em primeiro lugar temos que pensar o Oriente Médio, onde se localiza Israel e o povo palestino que habita aquele território há quase 2000 anos e a relação com as suas origens históricas e ideologias.
Foi exatamente nesta região, há mais de 2500 anos Antes de Cristo que veio surgir pela primeira vez a ideia de um deus monoteísta, deus único e verdadeiro, perfeitíssimo, criador de todas coisas. Antes, como bem sabemos, prevalecia na humanidade a crença em vários deuses, isto é, o politeísmo, a crença em deuses do fogo, da água, da sabedoria, do amor e da guerra. Foi quando, a partir da liderança de Abraão nas terras de Canaã, nascia o povo judeu ou hebreu que foi o primeiro a acreditar em um deus monoteísta.
O responsável por esta evolução foi mesmo Abraão, que segundo a narrativa bíblica, Deus o convocou para sair de Ur para a terra prometida chamada Canaã. Deus prometeu a Abraão riquezas e uma nação próspera para seus descendentes, que vieram a se tornar o povo judeu. Foi quando surgiu o monoteísmo que era a crença da existência de um único Deus criador de todas as coisas.
Outra personagem bíblica que marca a história do povo judeu é Moisés que lidera a saída do povo que vivia na escravidão no Egito, sob o jugo dos faraós e que marcha também em direção à terra prometida, a mesma em que Abraão havia se instalado com seu povo.
Moises, entre 1200 e 1500 anos Antes de Cristo, conduz o povo pelo deserto afora, durante quarenta anos, rumo à terra prometida, passando por todos os fatos que conhecemos na história bíblica do Antigo Testamento, como por exemplo: a passagem pelo mar vermelho, fugindo dos egípcios, o mar se abriu, deixando passar o povo de Moisés e se fechando sobre os egípcios que morreram, era a vingança de Deus.
Para melhor organizar o seu povo, os judeus criaram a Torá que é seu livro sagrado, que consistia na narração dos fatos ocorridos com o povo hebreu. Quem conhece bem a Bíblia sabe que o chamado Antigo Testamento nada mais é que a Torá.
Jesus nasceu na província da Galileia, que ficava ao norte da Samaria e da Judeia, e precocemente questionou a pratica religiosa de forma legalista dos judeus, pregando uma outra ideia a respeito de Deus, como bem conhecemos no novo testamento que é a descrição dos acontecimentos após sua chegada.
Na época de Jesus Canaã já era uma província governada pelos romanos chamada de Palestina, dividida em três regiões, ao sul a Judeia com sua grande capital Jerusalém, ao meio a Samaria e ao norte a Galileia onde Jesus viveu na pequena Nazaré.
Continua na parte II: