E o Carnaval?

No ano de 2020 enquanto era carnaval no Brasil, já sabíamos da existência de um vírus na China que parecia algo distante e assustador. Cenas de pessoas confinadas ou proibidas de circular de um lugar para outro no grande país asiático chegavam até os brasileiros através de notícias ou mensagens de redes sociais.

Muitos de nós estávamos nas ruas, brincando, dançando, fantasiados. Talvez fosse uma despedida. Não sabíamos que logo estaríamos diante de um mar de incertezas, de notícias de luto, hospitais colapsados, médicos sem saber o que fazer diante de um perigo invisível. Rapidamente o COVID 19 se espalhou e a humanidade passou a viver uma pandemia que vai ficar na história como um marco fortíssimo.

Depois de atravessar boa parte de 2020 e 2021 sem grandes eventos, encontros, festas tradicionais tínhamos a esperança de que após à vacinação tão sonhada por muitos, poderíamos voltar a ser o país que festeja o carnaval de diversas formas. Mas às vésperas do feriado nacional já sabemos que não haverá festa nas ruas, sambas nas avenidas, trios elétricos, bonecos gigantes pelas ruas. Ao menos por agora.

Vários estados e municípios decretaram pontos facultativos e outros garantiram o feriado, mas sem celebrações. E nós brasileiros ficamos como que faltando um pedaço, sem uma festa da qual nos apropriamos com tanta força, que suas características típicas se misturam com as da nossa identidade: o calor humano, a brincadeira, a alegria e a liberdade.

Que o povo da nação tenha sabedoria de compreender as medidas de saúde que o momento pede sem perder o sonho e o horizonte de voltar a ocupar as ruas, com cores, dança, alegorias, música, poesia e brincadeiras.